A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) condenou hoje a atuação antidemocrática das forças de segurança da Guiné-Bissau, que bloquearam o acesso à sede do líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
"A Liga Guineense dos Direitos Humanos registou com bastante inquietação mais uma intervenção deplorável antidemocrática e antirrepublicana das forças de segurança em relação ao líder do PAIGC e da coligação PAI [Plataforma Aliança Inclusiva]-- Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, ocorrida terça-feira", lê-se num comunicado divulgado à comunicação social.
Domingos Simões Pereira denunciou terça-feira restrições à sua ação de campanha em Bissau, que devia terminar na sede do PAIGC, situada na Praça dos Heróis Nacionais, pelas forças de segurança guineense, que impediram o acesso aquela zona da cidade.
O líder do PAIGC, que chegou terça-feira a Bissau, percorreu durante cerca de três horas parte da principal avenida da cidade, que liga o aeroporto à Praça dos Heróis Nacionais, acompanhado por milhares de guineenses, numa ação que deu início à sua participação na campanha eleitoral para as legislativas de 04 de junho.
"Na sequência do sucedido Domingos Simões Pereira e os militantes da coligação foram impedidos de forma abusiva e ilegal de aceder à sede do seu partido e ao centro da cidade, criando obstáculos à sua ação de mobilização popular e de apelo ao voto no âmbito da campanha eleitoral em curso", refere a Liga Guineense dos Direitos Humanos.
A organização não-governamental (ONG) refere que a "atuação arbitrária das forças de segurança" é um "tratamento discriminatório, que viola os princípios basilares do sufrágio eleitoral".
"Aliás, em democracia, as liberdades de reunião e manifestação, circulação e de expressão tanto dos candidatos, quanto dos cidadãos constituem a essência de qualquer processo eleitoral, cujas restrições arbitrárias e infundadas representam um desvirtuamento do pleito eleitoral e consequentemente, deturpação da vontade popular", salienta.
A LGDH pede ao Governo da Guiné-Bissau que faça os "esforços necessários para garantir um ambiente eleitoral favorável à participação ativa dos cidadãos e dos partidos e coligações, dando um tratamento igual a todos os concorrentes, independentemente de serem da oposição ou do arco do poder" e contribuir para a "preservação da tolerância e paz".
A ONG exige às forças de segurança para terem uma postura republicana e garantirem a ordem e a segurança antes e depois das eleições legislativas e para adequarem a sua atuação à lei e "não à vontade dos indivíduos".
Duas coligações e 20 partidos políticos iniciaram sábado a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas de 04 de junho da Guiné-Bissau, depois de o parlamento guineense ter sido dissolvido em 18 de maio de 2022.
A campanha eleitoral na Guiné-Bissau vai decorrer até 02 de junho.
Conosaba/Lusa
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