segunda-feira, 28 de setembro de 2020

A bancada parlamentar do PAIGC - Umaro Sissoco Embaló “apropriou-se” do 24 de Setembro

O presidente da república da Guiné-Bissau “afastou” outros órgãos de soberania e “apropriou-se” das celebrações do 24 de Setembro, dia da independência do país.

As cerimónias das celebrações dos 47 anos da independência da Guiné-Bissau, que teve lugar no Estádio Nacional 24 de Setembro, contaram apenas com o discurso do presidente da república, Umaro Sissoco Embaló, deixando de fora a Assembleia Nacional Popular (ANP), o Governo, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), os Partidos com assento no parlamento e a sociedade civil guineense, que, habitualmente, são dadas palavras no ato que assinala o dia nacional.

Apesar de estarem presentes no local do evento, os deputados e a mesa da Assembleia Nacional Popular não constaram do programa, para discursar no dia da independência, que o próprio parlamento proclamou, em 1973, na Madina Boé, leste do país.

A bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) não esteve presente (em massa) no Estádio Nacional 24 de Setembro, tendo sido apenas representado pelo seu vice-líder, o deputado Wasna Papai Danfa. O “partido dos libertadores” justificou a presença como gesto de “reconhecimento à data, e não em resposta à organização do evento”.

Para além de a cerimónia não ter contado com a exibição de materiais bélicos do exército da Guiné Bissau, a família de Amílcar Cabral não foi contemplada na graduação a titulos póstumos tal como aconteceu com outras figuras, que foram graciadas com a mais alta medalha nacional com o nome do “arquiteto” da independência do país.

Aliás, em 11 minutos do seu discurso alusivo ao 24 de setembro, em nenhum momento o presidente Embaló fez referência à figura ou ao nome de Amílcar Cabral.

A festa teve a presença dos presidentes de alguns países da subregião, mas contou com a ausência do presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o chefe do estado do Gana, Nana Akufo-Addo, que foi representado por um dos ministros do seu governo.

Por CNEWS 
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