Tráfico de Crianças e Mutilação Genital Feminina!
Condeno!
Condeno, com veemência, a ida das nossas crianças para os países vizinhos, para aprenderem Corão com tantos ALADJES, IMÂMES e Escolas Corânicas espalhadas, atualmente, na Guiné-Bissau.
Condeno, com veemência, a mutilação genital feminina, termo vulgarmente conhecido por excisão feminina ou circuncisão feminina (Fanado de Mindjeres). É uma prática realizada em vários países, principalmente da África e da Ásia, resultando na amputação do clitóris da mulher, de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual (ora di modja pabiu).
Quero endereçar os meus agradecimentos a Maria Augusta Biague, agente da Direcção-Geral do Serviço de Informação do Estado (SIE) em Buba, região de Quinara, pelo seu empenho e determinação na captura de uma viatura no dia 14 de Novembro de 2013, que transportava 61 crianças provenientes da região de Tombali para supostamente serem trafegados para República da Gâmbia. Na qualidade de cidadão guineense manifesto, desde já, o meu muito obrigado pelo grande serviço que esta Senhora prestou à nossa “Nação”!
Ao longo dos tempos, os valores éticos e os valores culturais foram sofrendo alterações. Ainda assim, é inadmissível que, em pleno século XXI, alguns valores culturais ultrapassem os valores éticos. Como exemplos disso, temos os casamentos combinados, as mutilações e os crimes de honra. (A situação relativa a estes últimos, embora ainda sejam praticados em alguns países, vai evoluindo favoravelmente).
É inadmissível que as tradições se sobreponham à dignidade das pessoas, sendo estas sacrificadas em função de tais valores culturais, que entram em contradição com os valores éticos.
Os valores éticos deviam ser considerados superiores aos valores culturais, tendo como exemplos o apartheid e a escravatura, que foram abolidos. Nada justifica fazer mal a alguém só para se vingar de uma situação; para isso temos a lei, os tribunais, para fazerem… justiça.
Passando para a tensão cultural, as normas e os deveres devem aplicar-se a todos, apesar de, no momento, existirem certas culturas que praticam o inverso, que apedrejam as mulheres que cometem o adultério e em que os pais dispõem do direito da vida sobre os seus filhos.
Em jeito de conclusão, constato que os nossos comportamentos são avaliados por valores éticos e que estes mesmos valores dependem da cultura em que estamos inseridos. Ao longo dos tempos surgiram outras necessidades e, com o avanço da tecnologia, alguns valores começaram a desaparecer, por já não corresponderem às necessidades dos grupos onde foram aceites.
É necessário que as instituições públicas ligadas a esta temática, tais como o Governo Guineense, os Tribunais, a Guarda Civil e o SEF estejam mais atentos e sensibilizados para ajudar e criar mecanismos para que estes atos diminuam drasticamente no nosso país!
Feito por: Pate Cabral Djob
Matosinhos, 10 de Dezembro de 2013.
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