Portugal a arder. Perto de 4.000 operacionais no terreno
Portugal está a ser alvo de uma onda de incêndios como ainda não tinha acontecido este verão. Com o país a arder, há ainda cerca de 4.000 operacionais no terreno a combater as chamas, com 170 fogos florestais ativos, segundo a página da Proteção Civil, atualizada às 00:30.
Desses, há nove grandes incêndios em destaque, em quatro distritos: Viana do Castelo (nos concelhos de Viana, Arcos de Valdevez, com dois fogos, e Vila Nova de Cerveira), Aveiro (Arouca e Santa Maria da Feira), Braga (no concelho de Amares e Barcelos) e Porto (em Penafiel). Só nestas ocorrências, designadas como as mais importantes pela Proteção Civil, estão 917 operacionais no terreno, assistidos por 275 meios terrestres.
No total, há 3.896 operacionais, auxiliados por 1.198 meios terrestres, a combater as chamas em Portugal continental, sendo que fora do continente, a situação crítica da Madeira, é de longe a mais complicada.
Imagens de satélite dão conta da nuvem de fumo que paira sobre Portugal. Os incêndios a norte do país são os mais visíveis:
No centro das atenções dos bombeiros esteve durante o dia o concelho de Arouca, no distrito de Aveiro. O que mobilizou mais meios teve origem na freguesia de Rossas, pelas 19:00 de sábado e ainda não está controlado.
O presidente da Câmara de Arouca, José Artur Neves, já veio caracterizar a situação como um "cenário de tragédia", lamentando que os municípios não tenham o domínio do espaço florestal. À Lusa, indicou que há milhares de hectares de floresta ardidos, realçando que "não há histórico com dimensão idêntica a esta catástrofe".
A Madeira e os distritos de Aveiro, Leiria e Viana do Castelo concentram esta noite os incêndios mais preocupantes para a Proteção Civil, que conseguiu dar por dominado o reacendimento de um fogo de grandes dimensões em Águeda.
Este incêndio, que tinha deflagrado na madrugada de segunda-feira, na localidade de Préstimo, foi dominado hoje, mas teve um reacendimento, o que obrigou a mobilizar 383 operacionais, 117 viaturas e um meio aéreo.
Contudo, segundo informação disponibilizada na página da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), as chamas já foram dominadas.
Na ilha da Madeira, no concelho do Funchal e noutros pontos municípios da costa sul, dezenas de bombeiros - num número não especificado, mas que será reforçado com elementos do continente português - combatem desde a tarde de segunda-feira vários focos de incêndio.
O fogo deflagrou inicialmente na freguesia de São Roque, na zona alta do Funchal, mas há já vários pontos de incêndio no centro do Funchal, que se localiza na zona baixa.
No continente, às 22:00, um fogo que deflagrou perto das 24:00 de segunda-feira em Ameal, no concelho de Castanheira de Pera, está esta noite a mobilizar 190 operacionais e 59 viaturas.
Da lista de “ocorrências importantes” da página da ANPC (ou seja, incêndios rurais com mais de três horas e mais de 15 meios de socorro), fazem ainda parte quatro incêndios no distrito de Viana do Castelo, nos concelhos de Viana do Castelo, Arcos de Valdevez (dois) e Vila Nova de Cerveira.
No total, neste distrito – que já ativou o Plano de Emergência Distrital, estão mobilizados cerca de 500 elementos das forças de segurança e socorro e mais de 163 veículos.
O fogo de Vila Nova da Cerveira deflagrou já no domingo e mantém quatro frentes ativas.
Outros dois fogos deste distrito tiveram já início na segunda-feira.
A Autoestrada 28, entre Viana do Castelo e Caminha, e o Itinerário Complementar 1, entre Valença e Viana do Castelo, estão cortados em ambos os sentidos devido a incêndios na zona, disse fonte da GNR.
Segundo a mesma fonte, o cortes das vias ocorreu por volta das 22:20 de terça-feira devido a incêndios no distrito de Viana do Castelo, onde à 01:00, segundo a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil, existiam 23 fogos a ser combatidos por 804 operacionais, apoiados por 258 meios terrestres.
No distrito de Aveiro, há ainda em curso duas “ocorrências importantes”: uma em Janarde, Arouca (fogo que começou na tarde de segunda-feira, agora com 101 operacionais e 30 veículos), que é o que mais preocupa os bombeiros, e outra em Santa Maria da Feira. Neste caso, as chamas ressurgiram hoje e há 88 elementos e 21 viaturas no terreno).
Foram entretanto dados como dominados os incêndios que deflagraram hoje em Ponte de Sor (Portalegre) e Caldas da Rainha (Leiria), que, juntos, mobilizaram mais de 300 operacionais.
Tvi24.
Governo decreta três dias de luto nacional de terça até quinta-feira
O Governo aprovou hoje por via eletrónica, em Conselho de Ministros extraordinário, o decreto que declara luto nacional nos dias de terça-feira, quarta-feira e quinta-feira como forma de pesar e solidariedade pelas vítimAs centenas de incêndios que deflagraram no domingo - o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades -, provocaram pelo menos 35 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.as dos incêndios.
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