A Guiné-Bissau vai ter a partir do próximo ano uma academia de futebol e um centro de estágios conformes com os padrões internacionais, um investimento de cinco milhões de euros realizado pelo empresário guineense Catió Baldé.
"A Guiné-Bissau gerou em termos de lucros de futebol em Portugal mais de 50 milhões de euros. Este é um investimento que vai ter o seu retorno. O novo futebol hoje não compadece daquilo que era a cultura dos anos 60, 70 e 80", afirmou o empresário à Lusa.
A academia de futebol vai estar equipada com refeitório, dormitório, escola, piscinas, uma unidade hoteleira para o centro de estágio e dois campos de futebol, que se podem transformar em quatro campos de futebol de sete.
Tudo conforme as regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
"Antes, os europeus vinham a África buscar jogadores altos, corpulentos, com força, mas hoje o futebol mudou e os grandes clubes da Europa querem jogadores com formação base e nós somos obrigados a exportar anualmente centenas de jovens para a Europa sem formação base", disse.
O objetivo, segundo o empresário, é o negócio, mas também "oferecer aos jovens as melhores condições de trabalho".
"Quando saem daqui para a Europa saem preparadíssimos. Hoje, na Europa, querem jogadores inteligentes, porque hoje é preciso saber que um jogador é capaz de decidir um jogo numa fração de segundos", salientou.
Apaixonado pelo futebol, Catió Baldé assumiu à Lusa que está naquele desporto pelo negócio, mas "acima de tudo porque acredita no talento dos jovens guineenses".
"Dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), a Guiné-Bissau é o país mais próximo do Brasil tecnicamente e eu acredito neste talento", salientou.
Com investimento já feito de cinco milhões de euros, porque todo o equipamento foi importado da Europa, Catió Baldé não tem dúvidas que a "academia vai estar preparada para exportar jogadores para a Europa e para os grandes mercados internacionais".
A Guiné-Bissau podia ganhar anualmente milhões de euros se houvesse legislação que protegesse os jogadores guineenses e a forma como saem do país para a Europa.
Conosaba/Lusa
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