domingo, 17 de janeiro de 2016

PARTIDO NO PODER NA GUINÉ-BISSAU PRETENDE LEVAR A LEGISLATURA ATÉ AO FIM


O PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, mas que passa por divisões internas, pretende levar a presente legislatura até ao fim, em 2018, promovendo a governabilidade do país.

A intenção foi expressa na última madrugada no encerramento da reunião do Comité Central (órgão máximo entre congressos) que analisou a vida interna do partido e ainda a situação política no país.

Os 259 membros presentes na reunião (o órgão é composto por 351 elementos) passaram cerca de 15 horas a debater os contornos que acabaram por ditar a expulsão de 15 militantes, todos deputados no parlamento guineense.

Os militantes foram sancionados por alegado desrespeito à disciplina do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Dirigindo-se ao Comité Central, o líder do partido, Domingos Simões Pereira, sublinhou que, "agora, o PAIGC terá as condições" para aprovar o seu programa no Parlamento e governar o país "com tranquilidade".

"Temos 57 mandatos no Parlamento", observou Simões Pereira, em resposta às inquietações dos militantes sobre as probabilidades de o PAIGC fazer passar o seu programa no Parlamento.

O documento deve ser discutido, pela segunda vez, esta segunda-feira e, caso volte a não obter votos suficientes, o Governo do primeiro-ministro, Carlos Correia, cai automaticamente.

Na primeira apreciação, a 23 de dezembro, 15 deputados da bancada do PAIGC abstiveram-se juntamente com a oposição e o programa obteve apenas 45 votos a favor - aquém da maioria necessária por lei (ou seja, 51 votos do total de 101 lugares).

Por não terem, alegadamente, respeitado a orientação do partido, os deputados em causa foram expulsos pelos órgãos internos, mas prometem não acatar a ordem.

Na segunda-feira dizem que vão estar no Parlamento.

"Temos que vencer esses nossos irmãos que se fazem de nossos adversários agora, em todas as batalhas: No espaço político, jurídico e parlamentar, porque não se desarmarão", exortou Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC disse estar aberto a "um diálogo franco, mas dentro das regras democráticas", com os que não concordem com a sua liderança.

Afirmou que entre os militantes expulsos "existe gente com muita qualidade, mas que se deixou levar por outros caminhos", para sublinhar ter "tentado de todas as formas" convencer esses militantes a mudarem de comportamento.

O líder do PAIGC voltou a exortar as Forcas Armadas a se afastarem do jogo político, ao mesmo tempo que apelou aos militantes do partido para estarem presentes no Parlamento na segunda-feira.

A resolução que sustenta as decisões tomadas pelo Comité Central foi votada com 258 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção.

Lusa/Conosaba

Sem comentários:

Enviar um comentário