A fragilidade do Estado da Guiné-Bissau faz com que os direitos humanos nem sempre sejam respeitados, sobretudo em relação a crianças e mulheres, referiram ontem os participantes em debates realizados na capital guineense.
Num ambiente aberto e informal, durante oito horas, cerca de 100 pessoas, entre políticos, académicos, representantes das organizações da sociedade civil e outras entidades, participaram em tertúlias sobre direitos humanos numa iniciativa organizada pela delegação da União Europeia (UE).
A "fragilidade" do Estado guineense foi uma característica destacada.
A ideia, partilhada a várias vozes, foi lançada em jeito de alerta, porque essa fragilidade consegue "condicionar" o respeito e a promoção dos direitos humanos em toda a sua dimensão, das crianças às mulheres.
Em declarações à Lusa, Augusto Mário da Silva, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, felicitou a delegação da UE pelo facto de este ano ter preferido realizar uma tertúlia "em vez das tradicionais cerimónias, com discursos".
O evento serviu para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
O representante da UE, Vítor Santos, considerou que os debates "ultrapassaram de longe a conversa vaga e sem objetivos" e acredita que vão contribuir para elevar a "consciência" em relação aos temas tratados.
Direitos das crianças, tráfico de menores, suas consequências e para quando a implementação de medidas de prevenção, foram assuntos discutidos a par dos direitos das mulheres.
A organização da tertúlia desafiou os presentes a analisarem a violência baseada no género, para se saber se se trata de uma realidade ancorada na sociedade guineense ao ponto de ser aceite.
O baixo nível de instrução da população, os costumes e práticas ancestrais foram também apontados como elementos que contribuem para o fraco respeito pelos direitos humanos na Guiné-Bissau.
Lusa/Conosaba
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