Havia uma menina chamada Tânia, que vivia com a sua sogra numa aldeia. Ela era muito educada e todo o mundo falava dela na aldeia.
A Tânia ajudava a sua sogra nos trabalhos da casa e da “bolanha”, ela estudava também e era considerada uma menina estudiosa, a sua beleza chamava atenção das pessoas em todos sítio. Depois de ela conseguiu terminar os seus estudos no ensino básico, foi para a cidade de Bissau afim de continuar seus estudos, matriculou-se no liceu nacional Doutor Agostinho Neto, foi ali que ela conheceu uma menina chamada Cátia, os dois começaram a se relacionar como amigas, mas a Cátia nunca gostava de estudar. Contudo a Tânia ia a escola devido à pressão do seu pai. A Cátia, que não gostava de estudar, levava sua amiga Tânia, quando sair das aulas, para passear à praça dos heróis nacionais.
Com o decorrer de tempo, a Cátia começou a monopolizar a sua amiga, para quem dizia:
- Tânia, é bom aproveitamos a vida, porque um dia seremos um lixo, por isso, devemos deixar as estórias. A Tânia perguntou à amiga:
- Que tipo de estórias é que vamos deixar se não estudarmos para o nosso futuro? A Cátia disse-lhe:
- Querida, estás longe do mundo da civilização, é melhor aproveitar se tu não queres ficar a trás, eu já sei escrever e ler, isso é mais que suficiente para mim, e também você o sabe, então, não perca essa oportunidade da vida que às vezes veio só uma vez. E a Tânia, pensativa, responde:
- É verdade, lindinha Cátia. Assim, passou a entrar na caminhada da amiga, iam juntas às discotecas, aos restaurantes e às outras paradas como forma de encontrar algum pretendente.
A sogra da Tânia chamou-lhe atenção de que, no mundo de hoje, devemos conformar com aquilo que a vida nos oferece:
- Deve intender que a vida é transitória e passará, então, deve ser aproveitada com atenção. A sogra acrescenta, interrogando:
- Você se esqueceu do grande favor que Deus lhe oferece?
Tânia, ao responder a sogra, disse:
- Eu não vou namorar nenhum homem pobre neste mundo. Para ela a conversa da sogra tratava-se da questão da velhice.
- Oh! Neta, responde a sogra, nem todas as estrelas do céu brilham.
Um jovem pescador, Sansau, que ouviu essa informação da Tânia, começou a se preparar estrategicamente para ela. Ele decidiu pescar três meses como forma de convencer a menina. O Sansau teve a informação de que o seu amigo Nghalna veio da Espanha com um carro de marca Hummer, ele foi logo à casa do amigo. Ao chegar, começou por cumprimenta-lo e lhe perguntou:
- Oh, amigo, como foi a viagem?
Foi boa, querido Sansau, respondeu o amigo. E Sansau disse-lhe:
- Irmão, tenho uma missão para cumprir. Preciso de sua ajuda, a única pessoa que pode me ajudar é você. ‒ Diga, amigo, interrompeu Nghalna.
- Preciso do seu carro, quero convencer uma menina que disse não vai namorar os pobres só os ricos, mas quero convence-la.
- Está tudo bem, amigo, garantiu o Nghalna.
O Sansau foi ao mercado de Bandim para comprar roupas, perfumes de marca, e dois dias depois, ele e o seu amigo Nghalna foram para o bairro da linda Tânia com o carro, quando se aproximaram da casa reduziram a velocidade do carro; ela ao ver o carro disse:
- Não sei que gato tem este carro, mas pode ser de um emigrante.
Os dois estacionaram o carro ao lado e o Sansau chamou a Tânia para conversar com ela, e ela atraída pela vida que o Sansau aparentava ter, decidiu namorá˗lá sem levar em conta o perigo que poderá acontecer com ela. Após três meses de namoro, ela engravidou do jovem Sansau e disse ao namorado:
- Preciso do dinheiro para fazer consulta logo, sabe que estou grávida? E o Sansau responde:
- Está tudo bem. Amanhã pode ir ao porto das pirogas, vai me encontrá-lo. Ela, no dia seguinte, foi ao local e viu o Sansau a vender peixes, e ela disse exclamando:
- Parece que os meus olhos estão fuscos, esse jovem não é Sansau. Pescador! Não! Não acredito, vou até ali para ter a certeza, ela se aproximou chamando:
- Sansau, Sansau. E ele responde:
- Sim, linda, estou aqui a trabalhar.
- Você é pescador? Perguntou-lhe:
- Sim, sou com grande orgulho. Respondeu Sansau. E ela lamentando:
- Oh! Meu DEUS, não vale a pena eu existir neste mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário