O ministro da Saúde do Governo de transição da Guiné-Bissau, Agostinho Cá, referiu hoje que o surto de ébola registado na vizinha Guiné-Conacri não chegou ao país e garantiu que as autoridades estão atentas.
Agostinho Cá sublinhou que os serviços de prevenção e promoção da Saúde Publica já tomaram conhecimento da situação e acionaram os mecanismos de alerta precoce nas regiões que fazem fronteira com a Guiné-Conacri.
"Recebemos telefonemas de cidadãos preocupados. Quero tranquilizar toda a gente. Até agora não temos conhecimento de nenhuma situação" de doença, afirmou Agostinho Cá.
As regiões de Tombali e Quinará, no sul, e Gabú, no leste, fazem fronteira com a Guiné-Conacri e normalmente há um fluxo considerável de pessoas entre os dois países.
Para tomar medidas de prevenção, o ministro da Saúde Pública vai convocar uma reunião de emergência com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) ainda no decorrer desta semana.
"Vamos criar uma comissão que vai trabalhar com as autoridades a nível central e regional" para monitorizar a situação, observou Agostinho Cá, sublinhando que aquelas duas agências das Nações Unidas são as principais parceiras da Guiné-Bissau em situações de surtos de doenças.
A Guiné-Bissau sozinha não tem capacidade para responder aos surtos epidémicos de doenças como cólera, paludismo, diarreias ou outras, lembrou Agostinho Cá.
As autoridades da Guiné-Conacri anunciaram que o vírus ébola foi identificado como a fonte de um surto de febre hemorrágica que matou 34 pessoas no país nas últimas semanas.
O ébola não tem tratamento nem pode ser prevenido por vacina. O vírus é fatal para 25% a 90% dos que o contraem, dependendo da estirpe, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O vírus é transmitido por contacto direto com sangue, fezes ou suor, por via sexual ou por contacto não protegido com cadáveres.
Agostinho Cá falava hoje à Lusa e RDP-África à margem de uma audiência com um grupo alemão, BW Energy, que quer ajudar as autoridades sanitárias na resolução do problema da energia nos hospitais.
O grupo quer montar centrais fotovoltaicas nos principais hospitais guineenses, a começar no Simão Mendes (hospital de referência nacional), que terá energia dentro de 90 dias, assinalou Agostinho Cá.
O hospital Simão Mendes recebe energia elétrica da rede pública, mas quase sempre há falhas no fornecimento, o que, disse o ministro, cria situações "muito complicadas" no atendimento dos pacientes.
"Às vezes, em plena cirurgia, ficamos sem energia", frisou Agostinho Cá.
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