Barack Obama aproveitou a cimeira União Europeia-Estados Unidos, em Bruxelas, para manifestar a sua preocupação em relação aos cortes nos orçamentos de Defesa de alguns países da NATO. O Presidente norte-americano fez estas declarações no quadro da crise ucraniana.
"A situação na Ucrânia lembra-nos que a liberdade tem um preço", declarou o líder norte-americano, durante a conferência de imprensa conjunta com os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompy, e da Comissão Europeia, Durão Barroso.
"Os Estados Unidas e a Europa estão unidos" na crise ucraniana e "a Rússia está só", acrescentou o político democrata, que está pela primeira vez em Bruxelas desde que chegou à Casa Branca, em 2009.
Obama já tinha participado em duas cimeiras UE-EUA, mas uma foi em Lisboa, em 2010 e a outra realizou-se em Washington em 2011.
Moscovo, sublinhou Obama, "fez um mau cálculo" ao pensar "em separar" os Estados Unidos e a União Europeia.
No seu entender, a crise ucraniana demonstrou "a necessidade de a Europa diversificar as suas fontes de energia", numa altura em que é muito dependente do gás russo.
"As nossas equipas vão reunir-se, a nível ministerial, na próxima semana para discutir algumas questões relacionadas com a cooperação energética entre a UE e os EUA", disse Durão Barroso, no final da cimeira entre os dois blocos. "Temos que resolver alguns dos nossos problemas", adiantou, exemplificando com as ligações que necessitam de ser melhoradas."Temos que fazer o trabalho de casa", disse ainda Barroso, considerando que a decisão dos EUA de comercializar gás de xisto é uma "boa notícia".
Não fosse a crise na Ucrânia e, de certa forma também, a desconfiança criada entre europeus e americanos por causa das revelações sobre o modo de operar da NSA, o tema principal da agenda da cimeira UE-EUA teria sido o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento.
As negociações têm sofrido alguns atrasos e o acordo só deverá estar fechado em 2015 ou em 2016. Em Bruxelas, Obama recusou críticas. "As nossas opiniões públicas, na Europa e nos Estados Unidos, têm questões legítimas, nomeadamente para saber se serão preservadas as vitórias dificilmente conseguidas em matéria de proteção dos consumidores e de proteção do ambiente. Lutei toda a minha carreira política, enquanto Presidente, para reforçar a proteção dos consumidores. Não tenho intenção de assinar um acordo que a enfraqueça".
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