terça-feira, 26 de setembro de 2023

Saneamento básico: POPULARES DE BISSAU CONTAMINADOS COM “SALMONELLA THIFI”, MICRÓBIO DA TIFÓIDE

[REPORTAGEM_setembro_2023] A maior parte da população de Bissau está contaminada com a “Salmonella Thifi”, o micróbio que provoca a doença de tifóide, sobretudo através do consumo da água não potável porque, de acordo com a explicação do especialista, a água dos poços e a água potável (água da torneira) que os cidadãos consomem não são bem tratadas, razão pela qual muitas vezes provocam doenças diarreicas, que em vários casos levam os cidadãos a contraírem a doença da tifóide, a diarreia e o paludismo.

A contaminação dos citadinos de Bissau por tifóide e outras doenças devido aos esgotos mal construídos que inundam os bairros da capital, foi revelada pelo diretor de saúde do setor autónomo de Bissau, Piu Tavares de Carvalho, em entrevista para falar da problemática do saneamento básico e do tratamento de lixos que inundam as avenidas da capital.

Na opinião do técnico, a falta de urbanização adequada com esgotos bem construídos e a falta do tratamento de lixo em Bissau, contribui muito para o aumento dos números de casos da tifoide e do paludismo neste período.

MINISTÉRIO DA SAÚDE ESTÁ A ELABORAR UM PLANO EDUCACIONAL PARA SUBMETER AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

O diretor de saúde do setor autónomo de Bissau afirmou que o lixo contamina a saúde pública, os animais e o meio ambiente, tendo assinalado que muitas vezes os animais domésticos são veículos de transmissão de doenças, porque “recorrem a restos de comida no lixo e quando chegam a casa entram em contato com os humanos. Automaticamente contaminam as pessoas”.

“Há dez anos, os indicadores mostram que as doenças que mais predominam no país são: tifóide e paludismo. Porque as águas paradas provocam o aumento dos mosquitos que transmitem doenças às pessoas mais vulneráveis, às crianças e às mulheres grávidas”, afirmou, lembrando por isso que o ministério da saúde tem apostado nas campanhas de sensibilização através dos seus agentes de saúde comunitária, envolvidos nas comunidades, nos bairros, a transmissão de mensagens de como se pode evitar essas doenças, cuidar do lixo, das águas paradas e pequenas ervas que nascem nos arredores das casas, bem como a importância da utilização dos mosquiteiros impregnados.

Anunciou que o governo, através do Ministério da Saúde Pública, está a elaborar um plano educacional que vai ser submetido ao Ministério de Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica para enquadrar a educação ambiental nos currículos escolares que, a partir da pré-escolar, possam ser ensinadas as desvantagens de conviver com o lixo, “isso vai ajudar a geração mais nova a não continuar a consumir água contaminada”.

Criticou a falta de empenho dos sucessivos governos ao não promoverem a educação como a base principal da sociedade, porque “valorizando o ensino a população estará bem esclarecida sobre os perigos que o lixo, as águas paradas e a não urbanização de uma cidade podem trazer para a saúde pública”.

Disse que quando uma população não tem nível de escolaridade não pode dar importância à vários mecanismos de proteção e continuará a aceitar certas práticas como solução, mesmo se forem feitas mil sensibilizações será uma perda de tempo.

Piu Tavares de Carvalho defendeu que o governo, sobretudo o ministério das Obras Públicas, deve pensar num plano de melhor urbanização dos bairros da capital Bissau, por isso existe uma organização chamada Centro de Operação para Emergências na Saúde (COES) que engloba todas as entidades, desde as forças de segurança, os Ministérios da Saúde e do Ambiente, para ajudar a reforçar todas as medidas necessárias para o bem-estar da população. E estas entidades devem continuar a apoiar o ministério de saúde para que consiga cumprir os seus objetivos.

“Quando um bairro não está bem urbanizado, os canais para a passagem de águas sujas muitas vezes servem também para o escoamento do lixo e de águas paradas que contribuem na ferrugem dos tubos das águas canalizadas e aparecem limas dentro desses tubos e quando passa a água paras as torneiras arrasta essas sujidades e a população consome a água suja e fica vítima, porque contrai doenças como a Tifoide”, assinalou.

O médico apelou ao novo executivo para priorizar o setor educativo, urbanizando os bairros, construindo depósitos de água e melhorando o saneamento básico.

À população, aconselhou que cuide do lixo que produz, que arranje um ponto de escoamento de lixo e que colabore e cumpra todas as medidas de segurança anunciadas pelas autoridades sanitárias para a melhoria do sistema nacional de saúde.

ORDEM DOS ARQUITETOS DEFENDE DEFINIÇÃO DE UM PLANO DIRETOR URGENTE DE 20 ANOS

O presidente da Ordem dos arquitetos da Guiné-Bissau, Fernando Jorge Pereira Teixeira, afirmou que a cidade de Bissau precisa de um plano diretor urgente para definir, daqui há vinte anos, qual será o avanço do país para depois poder criar as condições de urbanização dos bairros e, consequentemente, ter infraestruturas adequadas para o desenvolvimento do país.

Disse que a cidade de Bissau era na época colonial uma cidade pequena com 20.000 habitantes, uma ilha com uma única saída, lembrando que há regras que determinam se uma zona pode ou não ser uma cidade, nomeadamente a criação de infraestruturas, número de habitantes que deve ser no mínimo 20.000 habitantes.

“Bissau, sim, pode ser considerado uma capital, porque o número de residentes supera o número estipulado e conta neste momento com 100.000 habitantes”, indicou e disse que depois da independência, houve o êxodo rural para Bissau por causa da crise provocada por falta de escolas, falta de trabalho e crise de alimentos levou a população a concentrar-se na cidade e essa concentração destruiu toda a estrutura estética de Bissau, porque “os bairros eram construídos de acordo com o número de habitantes”.

“O poder político não tem capacidade de resolver muitos problemas, alcatroar estradas, fazer valetas nos bairros novos, ter depósitos de água dos diferentes bairros, centros de saúde, mercados em condições, escolas, espaços de lazer entre outros”, criticou, para de seguida indicar que, com todos esses problemas por resolver, a população não podia ficar de braços cruzados à espera que o governo um dia se lembrasse que deveria assumir as suas responsabilidades, por isso cada um tem procurado viver à sua maneira, mesmo em condições precárias, mas que fosse na cidade.

“O depósito de água de Bandim junto à Assembleia Nacional Popular tinha sido construído apenas para 20.000 habitantes, mas agora com 100.000 habitantes é evidente que muitos ficariam fora e isso levou a população a arranjar a maneira de resolver os seus problemas, cavar poços tradicionais de água para consumir”, frisou

Antigamente a cidade era limpa porque havia escotos, passeios, valetas para a drenagem de águas. Essa passagem acabou com o aparecimento de novos bairros, desorganizados, onde cada um constrói como bem entende e o governo não tem a autoridade em parar essa prática, por falta de vontade.

O arquiteto afirmou que o governo ficou muito passivo e disse que se continuar a não existir uma voz de comando, uma política urbana e de habitação agravada com a falta de organização, o setor de Safim, arredores de Bissau, poderá vir a juntar-se à cidade de Bissau.

Defendeu, neste particular que o governo deve pensar melhor nessa problemática e estabelecer uma fronteira urbana, onde ninguém tem o direito de chegar e construir uma casa como quiser, enfatizando que a urbanização é muito importante, porque “as pessoas que vão habitar nessas localidades estarão numa zona tranquila com todas as condições de segurança exigidas para um bairro e para a sobrevivência de um ser humano”.

“Caso contrário, vão aparecer muitas doenças infecciosas e contaminações que podem tirar muito dinheiro dos bolsos dos moradores e dos cofres do estado”, avisou.

Fernando Teixeira apontou como saída para resolver os problemas que Bissau enfrenta será a realização de uma autarquia autônoma total para a Câmara Municipal de Bissau, não misturar a política com o desenvolvimento, eleger um presidente de câmara que tem a sensibilidade dos problemas graves que a população está a enfrentar, valorizar a formação dos responsáveis e que estes conheçam a população e que todas as obras de desenvolvimento obedeçam às reais necessidades e os hábitos dos citadinos.

“Deve existir uma gestão rigorosa da coisa pública, com políticas públicas muito claras e realistas, sem mentiras, o conhecimento da população, a competência, o bom senso e a capacidade de mobilizar fundos para resolver a problemática de falta de urbanização e da higiene na cidade”, afirmou.

“URBANIZAÇÃO NÃO É UM FAVOR, MAS SIM UMA OBRIGAÇÃO”, COMANDANTE DOS BOMBEIROS

Interpelado pelo jornal O Democrata para falar da necessidade de urbanização da capital Bissau, o comandante da corporação dos serviços de Bombeiros da Guiné-Bissau, Francisco Correia, disse que “a urbanização não é um favor, mas sim uma obrigação”, porque “na época colonial tinha um mapa sobre a urbanização dos bairros da capital Bissau, com um plano bem organizado”.

“A capital Bissau não tem a estética de uma cidade capital. Bissau é uma aldeia grande por isso ganhou o estatuto de uma capital”, disse e apontou o bairro de Ajuda como uma referência e de como é importante urbanizar um bairro.

“Um bairro urbanizado facilita os trabalhos dos bombeiros em circunstâncias de uma emergência, uma catástrofe natural igualmente no escoamento das águas nos devidos e canais”, insistiu, lembrando que um bairro não apresenta ameaças de inundação.

“Um bairro urbanizado tem as seguintes caraterísticas: um mercado, um centro de saúde, um espaço de lazer, uma igreja e uma escola. A ausência desses elementos dificulta a localização das casas, porque são devidamente numeradas, não há ruas que dão acesso aos meios dos transportes. Tem sido frequente em Bissau as pessoas usarem nomes de bancadas para identificar algumas localidades”, assinalou

Francisco Correia disse que num bairro urbanizado, todas as casas servem de proteção umas das outras, porque” quando faz vento forte não vai conseguir destruir as casas e porque também através de uma urbanização consegue-se fazer uma canalização para que os moradores tenham acesso à água potável e à energia elétrica”.

Aconselhou os moradores dos bairros novos a seguirem o exemplo de outros bairros urbanizados para permitir que os serviços dos Bombeiros consigam fazer o seu trabalho e ajudar as vítimas, em caso de incêndios e na evacuação de doentes para os hospitais.

“Depois da ida dos portugueses, a cidade transformou-se numa autêntica desordem. Cada um constrói sem respeitar as regras. Várias vezes recebemos chamadas de emergência de incêndio, mas não conseguimos fazer nada porque nessas localidades não há acesso às casas. Em diferentes circunstâncias, recorremos às salas dos vizinhos das vítimas para combater o fogo”, explicou, frisando que várias vezes são apedrejados e insultados, por não conseguirem combater o fogo.

“A culpa não é nossa. Os bairros estão desorganizados”, indicou e disse que a torre de vigia que outrora servia para detectar os incêndios nos de 1950 já não funciona por causa do aparecimento de muitos bairros e da chegada dos telemóveis.

A Câmara Municipal de Bissau juntamente com as obras públicas devem traçar um plano de urbanização e abrir as ruas nos diferentes bairros, mesmo sem o consentimento da população, por ser uma das saídas”, sublinhou, defendendo que a população deve colaborar e ajudar na urbanização e higienização dos bairros, na implementação das autarquias no país para ajudar a CMB a ter mais soberania da capital, caso contrário estamos longe de ter uma cidade urbanizada.

Francisco Correia referiu que os cidadãos de Bissau devem começar a mudar a mentalidade em relação à construção de casas, o que implica que, quando alguém pretende construir uma casa, deve deixar pelo menos dois metros que podem servir de rua que vai facilitar a passagem dos transportes.

CÂMARA MUNICIPAL DE BISSAU ANUNCIA MANUAL DE BOAS PRÁTICAS E DE HIGIENE COMUNITÁRIA

O diretor do saneamento básico da Câmara Municipal de Bissau (CMB), Homena Abinande Ferreira, anunciou que a CMB já tem elaborado um manual de boas práticas de higiene comunitária, que depois será submetido ao Ministério da Educação Nacional para ser introduzido nos currículos escolares com a finalidade de começar a educação e a mudança de mentalidade nas crianças, a partir da idade pré-escolar, “o que vai ajudar para que a nova geração não continue a viver no mesmo teto com o lixo”.

Revelou que a sua instituição tinha feito várias campanhas de sensibilização nos órgãos de comunicação social sobre boas práticas e higiene comunitária, mas a população nunca colaborou para que essas campanhas tivessem sucesso, sobretudo no capítulo da gestão de lixo.

“A população não tem colaborado na gestão do lixo em Bissau. A população faz vista grossa e ignora os caixotes de lixo que são colocados nas ruas e nas principais avenidas da capital. São colocados justamente não só para os pedestres usarem como ecoponto como também para as pessoas que trazem lixos das suas casas “, criticou.

Revelou que a Câmara Municipal de Bissau está com problemas de logística, apenas dispõe de quatro camiões com capacidade para carregar duas toneladas de lixo num universo de 600 toneladas de lixo produzidos diariamente na cidade.

“Muitos citadinos de Bissau pensam que a problemática da higiene é da inteira responsabilidade da Câmara. Os camiões utilizados para o escoamento de lixo são insuficientes”, afirmou e disse que por causa de falta de urbanização, a CMB resolveu criar ecopontos em alguns bairros e nas diferentes zonas da capital para facilitar os trabalhadores, lembrando que muitos citadinos de Bissau preferem deitar o lixo no chão a colocá-lo no lugar adequado ou indicado, porque “se o lixo amontoar-se, causa mau cheiro e são os primeiros a reclamar dos serviços prestados pela CMB”.

Embora a CMB seja uma instituição independente, o responsável para área de saneamento disse que os sucessivos governos não têm apoiado a sua instituição, frisando que os carros usados para transportar lixo são velhos, defendendo que deveria ter havido uma sensibilidade do governo em ajudar na compra de equipamentos para conseguir suprir as necessidades dos citadinos.

“A Câmara Municipal de Bissau suporta todas as despesas, desde a compra de combustível para os camiões, a manutenção e subsídios do pessoal, com recurso às receitas internas”, disse, anunciando que a cidade de Bissau não dispõe de um aterro sanitário que serviria para a reciclagem de lixo, mas sim de um vazadouro a céu aberto, destacando que a única maneira de eliminar lixo é queimá-lo.

“Estamos na época das chuvas. Não podemos usar esse procedimento, por isso a CMB recorre ao aluguer de tratores para limpar algumas zonas do vazadouro para deitar o lixo. O aluguer diário de um trator é de 600 mil francos CFA”, explicou e reconheceu a ajuda que a CMB tem recebido das forças armadas, único parceiro direto da câmara.

“O único porta-contentor está avariado há mais de oito meses. Facilitava muito nos trabalhos de remoção de lixo. Neste momento os trabalhadores fazem a remoção de lixo à mão. Leva muito tempo e o número da população está a aumentar”, afirmou.

Reconheceu que a CMB tem falhado, por não ter colocado as lixeiras em todas as avenidas da capital, onde os citadinos podem deitar o lixo, frisando que se os bairros estivessem devidamente urbanizados tornaria mais fácil os trabalhos, “poderíamos colocar contentores de lixo em todas as partes”.

“Os guineenses não têm a cultura de fazer denúncias, mesmo vendo alguém praticar atos que são contra a boa convivência e saúde ninguém se preocupa. A câmara sozinha não pode controlar toda a cidade. Apreendemos um carro de marca cânter que trazia o lixo de casa para deitar no bairro de Ajuda. A câmara tem fiscais em diferentes zonas, mas a população aproveita para vazar lixo”, denunciou.

Acusou as vendedeiras de comida do espaço verde do bairro de Ajuda de deitarem o lixo ao lado do SAB, porque “têm preguiça de levar o lixo para 3 de agosto, local disponibilizado para o efeito depois reclamam da qualidade dos nossos serviços e dizem que não estamos a fazer nada”.

“Os citadinos de Bissau são os responsáveis pela contaminação da água potável. Na época das chuvas, deitam o lixo nas valetas de drenagem. O lixo entope os tubos de canalização, o que impede a circulação da água e provoca uma série de problemas para a saúde dos moradores. O lixo amontoado nos canais de drenagem pode dificultar a passagem da água que muitas vezes resulta nas inundações”, insistiu.

CITADINOS INTERPELADOS DIZEM QUE O LIXO EM BISSAU É ALGO NORMAL NO QUOTIDIANO DO GUINEENSE

Não obstante, os populares de alguns bairros da capital Bissau serem unânimes em reconhecer o importante papel de um bairro urbanizado, não deixam também de criticar a falta de interesse dos governantes em resolver os problemas sanitários.

Para alguns citadinos da capital Bissau, a falta de higiene e lixo amontoado nas ruas e nas principais avenidas é algo normal no quotidiano de cada um. Pediram o apoio dos governantes na canalização da água potável e no tratamento adequado do lixo.

Por exemplo, Satam Baldé, residente de Cuntum e mãe de cinco crianças, disse que 4 dos cinco filhos que gerou padecem de Tifoide, devido à qualidade da água que consomem.
Satam Baldé lamentou as péssimas condições higiênicas do bairro onde mora e disse que estão com falta de água potável e de um lugar adequado para o escoamento de lixo.

Segundo esta cidadã nacional cujos filhos estão a braços com tifóide, o tubo de canalização que serve para a passagem da água potável está neste momento sob o lixo e das águas paradas.

“O governo deve ter mais sensibilidade com as questões sociais, principalmente melhorar a urbanização dos bairros, disponibilizar a água potável e acabar com a problemática do lixo”, disse.

Defenderam que a Câmara Municipal de Bissau deve aumentar a capacidade de armazenamento da água, que passa por colocar depósitos em cada bairro, porque um bairro urbanizado permite melhor acesso aos hospitais, à água potável, à eletricidade e acomodação controlada de resíduos urbanos, assim como melhor educação e oportunidades de emprego.

Outros lamentam a falta de sensibilidade do Estado, porque consumir água contaminada, aumentou os casos da tifoide e da diarreia e outras doenças. A má urbanização da cidade de Bissau tem provocado muitos problemas sanitários e o lixo fica amontoado em cima de tubos de canalização de água potável.

Num dos bairros visitados pela repórter de O Democrata foi possível constatar que um dos tubos de canalização estava submerso no lixo e de baixo da água turva e os moradores interpelados disseram que tinham que abrir um canal em cima de tubo para permitir a circulação, portanto o escoamento da água das chuvas para as bolanhas arredores, quando chove com intensidade.

Construíram vedações onde passa a água, mas a vala entupiu e a agora inunda as nossas casas.

“Esta é a única maneira que encontramos para proteger as nossas casas. Os nossos filhos estão com tifóide, doença provocada pela água contaminada”, lamentou.

Alguns cidadãos interpelados acusaram a Câmara Municipal de Bissau de não se preocupar em colocar tanques de lixo nas principais avenidas.

“A Câmara Municipal de Bissau deve encontrar soluções e controlar os citadinos. Quando chove, sobretudo à noite, aproveitam-se da calada da noite ou do fraco movimento das pessoas e deixam os lixos em lugares impróprios e nas valas. Isso impede a circulação da água e o lixo inunda as casas”, disseram, para de seguida afirmarem que a urbanização é fundamental, porque “um país com cidades bem urbanizadas consegue atrair investimentos e empresas estrangeiras para desenvolver várias atividades que podem ajudar a subir a economia, empregar a população, aumentar o rendimento nas famílias e desenvolver o país.

“A urbanização traz a modernização, melhores condições de vida que visam ter um bom saneamento básico, acesso à saúde e à educação e à industrialização”, disse um dos nossos entrevistados.

Por: Noemi Nhanguan/Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb

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