O Presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, afirmou que a Guiné-Bissau vive um momento importante, mas ainda frágil e que precisa ser protegido.
Em conferência de imprensa para reagir às declarações do Presidente da República, Simões Pereira afirmou que para consolidar a paz e a tranquilidade no país necessita-se do concurso de todos e especialmente dos órgãos da soberania com o Presidente da República no topo dessa hierarquia.
“Ainda vamos a tempo de controlar os impulsos e consolidar o entendimento entre todos os atores da vida política nacional. A democracia rege-se particularmente pelo limite e interdependência dos poderes e pela imprevisibilidade dos pleitos” disse, afirmando que não se vai às eleições, já conhecendo os vencedores declarados por antecipação.
“Não nos propomos questionar o mandato de outros órgãos mas não admitimos em nenhuma circunstância que se ponha em causa o mandato que resulta da vontade livremente expressa pelo povo guineense, de ser este o quadro de governação escolhido para os próximos 4 anos” avisou, sublinhando que, em novembro, vai se festejar o dia das forças armadas com toda admiração, distinção, mas já não poderá ser a festa da independência porque esta aconteceu a 24 de setembro.
“Em Lugadjol esteve reunida a ANP com a presença de 62 deputados, seis dos quais foram empossados na sessão, registando infelizmente a ausência de uma bancada por razões desconhecidas e que não mereceram particular enfoque. Foi um momento histórico repleto de simbolismo que serviu de homenagem a heróica população de Boé e também para a reafirmação do compromisso dos deputados em servir e defender o interesse do povo, pelo que a referência feita pelo Presidente da República de se tratar de uma manifestação de um partido político e de manobras para enganar o povo foi desadequada e é inaceitável” repudiou, afirmando que as considerações de Sissoco Embaló que se seguiram tanto em relação à data das eleições como o facto de já ser um vencedor antecipado e na primeira volta, são afirmações mal enquadradas e que a ANP não aceita.
Lembrou que, desde 4 de junho, assumiu publicamente a determinação de contribuir para um ambiente político apaziguado e de positiva colaboração com todos os órgãos da soberania e em especial com Presidente da República, declarando, na altura, que não enviaria nenhum recado ao PR nem responderia a nenhuma afirmação dele.
“A única condição seria então merecer tratamento recíproco, de respeito e consideração tanto institucional como pessoal. Foi nesta perspetiva que mantive um encontro com o PR, no qual concordamos que, em face da sua ausência forçada para o estrangeiro na data dos festejos da independência, não podendo assistir a sessão solene alusiva a 24 de setembro faria uma comunicação por vídeo e que seria difundida em primeira mão no evento. Foi o que aconteceu com toda a referência e consideração por parte da ANP e de todos os participantes” explicou Simões Pereira.
Por: Tiago Seide
Foto: TS
Conosaba/odemocratagb.
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