O antigo Primeiro-Ministro, Nuno Gomes Nabian, mantém-se nos negócios! O político, colocado na “posição” de Conselheiro do Presidente da República (PR) com uma categoria equivalente à do Primeiro-Ministro é, por excelência, motivo de polémica.
Génio político para alguns, malicioso para outros, seria o Nuno um potencial “challenger”, ou seja, um dos concorrentes considerados para as eleições presidenciais de 2025? Embora tenha falhado por duas vezes o acesso ao degrau mais alto da República da Guiné-Bissau, o Presidente de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-DPGB), enquanto objeto de teses e antíteses, seria capaz de fazer a justa síntese?
Após as eleições presidenciais de 2014, Nabiam enfrentou uma longa travessia do deserto nos jogos do poder bissaguineense, de segundo mais votado o político afrontou 5 anos de um autêntico vácuo de poder e de influência política no País.
Nabiam reergueu-se após a travessia do deserto para enfrentar uma grande tempestade de uma Primatura considerada “ilegítima” para uns e, “legal” para outros. Teve um período marcado de incertezas:Houve inquietudes em relação à sua demissão da Primatura Guineense com o incidente do Estádio 24 de Setembro, durante a festa da independência;
Teve problemas com o “caso do Avião fantasma”, a sua declaração na ANP foi recebida de forma barulhenta pelos deputados;
Teve um período de difícil convivência com o PR.
Aos 57 anos, não é nem velho nem jovem, mas está na altura certa para mostrar que bonificou-se com a idade.
Em 2025, data da próxima eleição presidencial, Nabian completará 59 anos! Será esse o motivo de apostar as suas cartas na função do conselheiro do PR, o cargo que ocupa atualmente? Ou será uma vítima da jogada do mestre para descartar um potencial “challenger”? A única certeza, é que a terceira tentativa de realizar o seu sonho presidencial está longe de se realizar no contexto político atual.
Por enquanto, o antigo Primeiro-Ministro, agora Conselheiro do PR, encontra-se nos painéis do poder. De segundo mais votado durante a eleição presidencial de 2014 o Nuno desceu para a quarta posição durante a primeira volta da eleição de 2019. Teoricamente, o sonho presidencial não é totalmente inacessível, mas é preciso reconhecer que a Guiné-Bissau de 2019 não é a mesma que a de 2023 e não será a mesma em 2025.
Por falar em mudanças, cumpre lembrar que o antigo PR José Mário Vaz (JOMAV) foi substituído no cardo, no início de 2020, pelo seu antigo Primeiro-Ministro, Umaro Sissoco Emalo (USE). Este feito constitui uma grande mudança política, na medida em que se testemunhou a vitória do “discípulo” USE sobre o “mestre” JOMAV.
A eleição presidencial de 2025 constituirá um ponto de convergência ou de desacordo entre Nabian e o presidente USE? Porá um termo ou consolidará a aliança entre os dois?
O “melhor Nabiam” seria aquele que voltaria para o mundo dos negócios, a partir de agosto de 2023? O futuro dirá! O homem que travessou o deserto do poder bissauguineense de 2014 à 2020, que viveu e vive na tempestade do poder atual (no qual é um dos arquitetos), estaria confortável ocupando uma posição “satélite” do mundo do poder?
Durante o percurso do político do Eng° Nuno Gomes Nabiam, vimos de tudo. A passagem das vacas magras às vacas gordas, presenciamos alianças e separações e assitimos inimizades tornarem-se grandes amizades. Uma coisa é certa, a política não é o baile dos santos, sejam bem-vindos ao baile das máscaras, onde tudo parece possível.
O que o Nuno fará agora depois de fracassar nas últimas eleições legislativas com o seu partido APU-DPGB dividido e enfraquecido?
A política não é um jogo de emoções, mas sim é uma análise concreta da situação concreta. Como disse o Platão, só os mortos conhecem o fim da guerra e o tempo dirá.
Por: Ronize Ivan Ramos Pires
Economista & Financeiro
Conosaba/odemocratagb
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