quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Discurso do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Nova Iorque em 21 de Setembro de 2023.

 

Senhor Presidente,
Senhor Secretário-Geral,
Excelências Senhores Chefes de Estado e de Governo,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Quero, em primeiro lugar e desta tribuna das Nações Unidas, reiterar as nossas mais sentidas condolências aos governos do Reino do Marrocos e da Líbia e expressar os nossos sentimentos de fraternal solidariedade para com os povos destes dois países amigos e irmãos.
Permitam-me endereçar as minhas felicitações ao Sr. Dennis Francis da Trinidade e Tobago, pela sua eleição na qualidade de Presidente da Septuagésima Oitava Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Desejo-lhe muitos sucessos no exercício do seu mandato. Ao seu predecessor, Sr. Csaba Körösi da Hungria, felicito pelos resultados alcançados durante a sua presidência.
Felicito igualmente o Secretário-Geral António Guterres pelo seu desempenho ao favor da paz e do desenvolvimento no mundo.
Senhor Presidente,
Os ilustres oradores que me precederam fizeram análises e observações pertinentes sobre os desafios atuais e a situação internacional, por isso, vou realçar as ações concretas que eu penso se espera de nós —as Nações Unidas.
Para a Guiné-Bissau, a melhor resposta aos desafios com os quais a comunidade internacional está confrontada, passa pelo reforço do multilateralismo e da cooperação internacional. Para nós o multilateralismo é um instrumento indispensável e um imperativo moral, se, queremos construir juntos um mundo solidário de paz e bem-estar para todos.
Nesse sentido, congratulamo-nos com a escolha e a pertinência do tema da presente Sessão da Assembleia Geral que enaltece a importância da confiança e solidariedade global, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos.
Senhor Presidente,
Excelências,
Espera-se de todos nós, ações concertadas com vista a concretização das nossas decisões, tais como: a realização dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a “Agenda 2063: A África que Queremos” da União Africana; garantir o financiamento do desenvolvimento e proteger de maneira colectiva e melhor o nosso planeta.
A este propósito, é preciso cumprir os acordos de Paris e da COP 27, incluindo o fundo de perda e danos para países vulneráveis, particularmente os insulares como o meu pais a Guiné-Bissau.
Senhor Presidente,
É preciso introduzir as mudanças necessárias na arquitetura da paz, da segurança internacional e no sistema financeiro mundial, para que consigamos dar resposta à atual conjuntura internacional.
A reforma do Conselho de Segurança, de que há muito se considera como necessária, deverá tomar em conta a posição da União Africana, a fim de garantir uma representação realista e mais justa, em adequação com o papel cada vez mais preponderante da África na construção e manutenção do equilíbrio do mundo.
Senhor Presidente,
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Desde que assumi a Presidência da República da Guiné-Bissau em 2020, apostamos no diálogo, na consolidação da paz, da estabilidade política e no desenvolvimento socioeconómico no nosso país, bem como na sub-região da Africa Ocidental e alem. São também estes princípios que nós guiaram durante o exercício do nosso mandato de Presidente da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO que assumimos com determinação e alto sentido de responsabilidade e que terminou no passado mês de julho.
A esse propósito, queremos realçar a nossa grande preocupação perante o ressurgimento de golpes de estado e o retrocesso da Democracia e do Estado de Direito em alguns países da nossa sub-região, em flagrante violação da livre escolha das populações expressa nas urnas.
Senhor Presidente,
Minhas Senhoras e meus Senhores
Apesar dos efeitos nefastos do prolongado embargo imposto ao povo de Cuba, esse país irmão sempre esteve e contínua ao lado dos países da África.
Reiteramos o nosso apelo para pôr fim a este injusto e irracional embargo e acabar com este obstáculo à realização das legítimas aspirações do povo cubano. O mesmo sucede com o povo irmão de Venezuela, a quem também não podemos esquecer e devemos demonstrar a nossa solidariedade.
Senhor Presidente,
Como sabem, faz um ano que assumi o cargo de Presidente da Aliança de Líderes Africanos contra a Malária. Como Chefes de Estado e de Governo, continuamos em África a dar prioridade à luta contra a malária. Graças a esse esforço, mais de 1,5 mil milhões de casos de malária foram evitados e 10,5 milhões de vidas foram salvas em África desde do ano 2000.
E por isso, faço um apelo a África e à comunidade internacional à ação. Se quisermos alcançar as metas globais para 2030 de acabar com as epidemias de malária e alcançar a cobertura universal de saúde, precisamos de agir agora.
Senhor Presidente,
Excelências,
Este ano o povo da Guiné-Bissau comemora os seus 50 anos de existência enquanto Estado independente e soberano. Perante este facto, como mandatário da Nação guineense, agradeço a extraordinária ajuda dada a nossa luta de libertação nacional pela Ex-União Soviética, República da Guine, Cuba, Argélia e Marrocos e outros países, como igualmente as Nações Unidas na sua histórica visita as nossas regiões libertadas, onde confirmou a existência de um controlo político, administrativo e militar efectivo.
Por esta ocasião solene dos 50 anos da nossa independência, o povo guineense, reforça a sua determinação e energia com vista a consolidação da unidade nacional e vai mobilizar-se ainda mais para, como plasmado no hino nacional, “construir na pátria imortal a paz e o progresso”.
Senhor Presidente,
Para terminar, quero, em nome Povo da Guiné-Bissau, reiterar o nosso engajamento e constante disponibilidade em continuar a trabalhar com a ONU e a cooperar com todos os governos e povos amigos, em prol da paz e do desenvolvimento no mundo, bem como da proteção do nosso planeta.

Muito obrigado.

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