O Presidente interino da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Abubacar Turé © Liga Guineense dos Direitos Humanos
A Liga Guineense dos Direitos Humanos confirma a transferência dos detidos na tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau. A organização diz que continua a não ter acesso aos reclusos, apesar das diligências feitas nesse sentido.
A transferência acontece depois do pedido do Tribunal Militar Superior ao Ministério do Interior, para transferir os reclusos das celas da Segunda Esquadra da Polícia de Ordem Pública para as da Força Aérea Nacional, por motivos de segurança e melhores de condições prisionais.
O Presidente interino da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Abubacar Turé, refere que a organização continua a não ter acesso aos reclusos apesar de várias diligências.
“No dia 4 deste mês enviamos uma carta à ministra do Interior, infelizmente não só não autorizou, nem se dignou a responder à nossa carta. Enquanto instituição lamentamos este facto. Infelizmente, tudo indica que não vamos poder visitar os detidos porque, pelas informações que temos, essas pessoas já foram transferidas para outro local”, explicou.
Abubacar Turé Turé confirma ter manifestado a preocupação ao novo Procurador-Geral da República.
“Esses processos já não estão sobre a alçada do Ministério Público, estão agora na alçada do tribunal comum, acrescentou.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos está preocupada com a situação dos detidos, assusados de estarem implicados no caso de 1 Fevereiro, cuja prisão preventiva foi largamente ultrapassada.
No dia 1 de Fevereiro de 2022, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau durante uma reunião do conselho de ministros na qual participavam o chefe do executivo, Nuno Nabiam, e o Presidente, Umaro Sissoco Embaló. Após de cinco horas de trocas de tiros, o chefe de Estado guineense disse que tinha havido uma tentativa de golpe de Estado e denunciou um "atentado à democracia".
O julgamento de 25 acusados no caso de 1 de Fevereiro de 2022 deveria ter começado a 6 de Dezembro, mas o tribunal decidiu adiar o início do julgamento por não existirem condições logísticas devido às obras que decorrem em Bissau Velho, na capital guineense.
Entre os acusados que vão a julgamento, encontram-se o ex-Chefe do Estado-maior da Armada guineense o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, Tchami Yala, Domingos Yogna e Papis Djemé.
Por: Aliu Candé
Conosaba/rfi.fr/pt
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