quinta-feira, 10 de março de 2022

Vinte e seis médicos beneficiaram de curso de especialização

 

No âmbito do projeto Ianda Guiné Saúde, através do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, iniciou-se, dia 7 de março, um Curso Internacional de Especialização em Saúde Pública, destinado a 26 médicos, com a duração de 11 meses, funcionando em formato híbrido presencial e online.         

O objetivo é de capacitar os quadros médicos para o controlo de problemas globais de saúde a nível nacional.

Falando na abertura dos trabalhos, o diretor-geral da Administração do Sistema de Saúde disse estar ciente que este curso vai permitir a valorização dos médicos guineenses na área da saúde pública, contribuindo para a melhoria de saúde da população.

Mamadu Camará adiantou que que o curso inicia-se num momento em que o setor se depara com insuficiência de quadros especializados, obrigando o país, em muitos casos, a recorrer a sucessivas evacuações para Portugal.

Com isso, disse que se pretende desenvolver conhecimentos e competências para reforçar o sistema nacional de saúde, através de políticas públicas coerentes, a fim de contribuir para ganhos no setor de forma equitativa.

Além disso, o método de formação desenhada no quadro desse projeto, segundo ele, vai contribuir para minimizar os problemas que têm a ver, por exemplo, com a fuga de quadros, e potenciar a retenção de profissionais, beneficiando o número cada vez mais considerado de quadros guineenses que trabalham no país.

Aquele responsável reafirmou abertura de continuar a trabalhar em conjunto, para que esse curso seja um sucesso, aliás, um processo piloto para o futuro.

 Por sua vez, o professor Filomeno Forbs declarou que o curso inicia num contexto de pandemia de Covid-19 e, caso haja uma variante novamente letal, poderá vir a complicar toda a dinâmica.

Segundo Forbs, o que esperam é que isso se vá melhorando e que a África consiga ter uma cobertura vacinal acima dos 70 por cento nos próximos dois anos.

 Para o professor, a média da cobertura vacinal em África nesse momento está a 12 por cento, felizmente a Guiné-Bissau está acima dessa percentagem, mas corre o risco de ter uma espécie de gripe para o futuro, possivelmente ter episódios dessa pandemia.

Explicou, o que isso significa para este curso e que o futuro da saúde pública no mundo está naturalmente ligado a essa pandemia e os nossos países vão ter que fazer uma análise epidemiológica, para ver quais foram efeitos da pandemia e como é que estão em termos de política epidemiológica, adaptada à política nacional de saúde, desenvolvendo novos sistemas, os programas, a monitorização, avaliação da saúde, entre outros.

Sabem, para já, que enquanto na Europa se assiste ao agravamento das doenças crónicas, porque são países em que tais enfermidades têm perfil mais forte, a questão do Cancro, da Diabete, da Hipertensão Arterial, enquanto em África 60 por cento do perfil epidemiológico são doenças infeciosas.

Árdua tarefa

O Adido de Cooperação da Embaixada de Portugal, António Nunes, frisou que os formandos têm uma árdua tarefa, porque o mundo está assim perigoso, quer queiramos quer não, é mesmo necessário que o sistema de saúde na Guiné-Bissau seja reforçado, porque cai nos ombros dos técnicos da Saúde Pública.

Adelina Pereira de Barros

Conosaba/jornalnopintcha

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