quinta-feira, 10 de março de 2022

ENTRE OPRESSÃO E DESCRIMINAÇÃO, MULHERES GUINEENSES CONTINUAM A SER FONTE DE SUSTENTO FAMILIAR


As mulheres guineenses sentem desrespeitadas e desvalorizas pela sociedade e apesar da adoção das leis ainda continuam a ser deixadas para trás.

As preocupações foram levantadas durante uma reportagem especial da Rádio Sol Mansi (RSM) em comemoração, ontem (08 de Março), do dia internacional das mulheres.

Na Guiné-Bissau várias mulheres percorrem quilómetros e até além-fronteiras para buscar o ganha-pão da sua família, o sacrifício é tanto que algumas nem conseguem comemorar esta data. Nas ruas são tantas que desde madrugada vendem de tudo para sustentar os seus filhos.

Passados 113 anos desde que as mulheres saíram às ruas de Nova Iorque exigindo melhores condições laborais de trabalho, e na quele época, as jornadas para elas poderia chegar as 16 horas por dia. Elas foram massacradas e até então a luta ainda continua.

Para entender o impacto do dia internacional da mulher na vida dos guineenses, a RSM falou com a coordenadora do Movimento “Mindjer i ka Tambur”, Yolanda Vítor Monteiro Garrafão, disse que ainda existem violações gritantes dos direitos da mulher que abrange o assédio sexual e a mutilação Genital Feminina.

POLÍCIA RELATA CASOS PREOCUPANTES DE VIOLAÇÃO CONTRA MULHERES

São vários relatos da violação dos direitos da mulher ao nível do país. A RSM quis saber se realmente estes dados são relatados pela polícia. Na Polícia Judiciária, a RSM soube que os casos que deram entrada no ano passado são preocupantes.

Adulcina Carina do Santos Costa, agente da investigação criminal da Brigada de Combate à criminalidade contra mulher e criança, disse que os casos são preocupantes e que as mulheres ainda não foram totalmente sensibilizadas para recorrerem á justiça.

GOVERNO PROMETE ADOTAR POLÍTICA A FAVOR DAS MULHERES

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, a ministra da mulher e família, Maria da Conceição Évora, reconhece que as mulheres estão a ser deixadas para traz, mas para mudar esta situação a responsabilidade é de todos.

As mulheres do país querem que as autoridades do país adotem uma política pública ao favor das guineenses.

Ainda sobre este dia, a ministra da mulher e família disse que a participação e o envolvimento da mulher no empreendedorismo feminino é a alavanca para o crescimento econômico no país.

Maria da Conceição Évora que acumula a pasta da solidariedade social falava, aos jornalistas, alusiva a comemoração do dia mundial das mulheres este ano sob o lema “igualdade de gênero hoje para um futuro sustentável”.

A Ministra da mulher disse ainda que comemorar o dia 08 de Março significa celebrar as conquistas alcançadas pelos compromissos assumidos com as organizações da sociedade civil na luta pela igualdade do gênero.

Entretanto, a responsável garante que esta data é oportuna para discutir as conquistas alcançadas pelas mulheres.

“AS GUINEENSES VÃO CONSEGUIR ULTRAPASSAR BARREIRAS”

O politólogo guineense assegurou que brevemente as mulheres guineenses vão conseguir ultrapassar as barreiras que ainda existe e dificultarem as suas entradas e participação na esfera de tomada de decisão

No discurso solene da inauguração da exposição itinerante da história da sua mãe Rosa Gumi e de outras mulheres, no salão do Centro Cultural Português, em Bissau, Rui Jorge Semedo afirma, no entanto, que 8 de março, dia internacional das mulheres, é um ato político e não cultural por isso “é bom refletir nas condições das mulheres guineenses e chamá-las á todas para participarem no processo da construção das suas dignidades”.

A presidente da Plataforma Política das Mulheres, Silvina Tavares, defende que a verdadeira homenagem do dia das mulheres é fazê-las sentir especiais hoje.

A exposição itinerante em homenagem a Rosa Gumi reuniu um conjunto de peças tradicionais que fizeram e continuam a fazer parte dos artefactos domésticos utilizados, no quotidiano, pela mulher guineense.

A iniciativa pretende contribuir para o resgate daquilo que é a memória coletiva, visto que parte importante destes artefactos corre o risco de desaparecer nos próximos tempos, resultado da desenfreada apropriação dos valores da globalização dos mercados e das novas tecnologias.

O dia internacional das mulheres é comemorado numa altura em que ainda existe muita meta para alcançar. A data foi instituída pela Nações Unidas em 1975.

Na Guiné-Bissau, a valentia das mulheres começa a ser demostrada desde o início da guerra da independência em 23 de janeiro de 1963, daí começaram a tornar o símbolo da luta da libertação.

A data 08 de março, dia internacional das mulheres, foi formalizada pelas Nações Unidas, em 1977, e tem origem nas lutas das mulheres trabalhadoras e sufragistas no início de século 20 por melhores condições de trabalho e pelo direito de voto.

Por: Redação/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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