Bissau, 03 mar 2021 (Lusa) - O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje em entrevista à Lusa que vai apoiar a recandidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas, destacando ainda que as relações com Portugal nunca foram tão próximas.
"É óbvio. Sou amigo pessoal de Guterres, conheço o António Guterres há 30 anos. Nós, com Portugal, sempre concertámos e essa concertação é permanente", afirmou o chefe de Estado guineense, quando questionado sobre um eventual apoio.
O Governo português formalizou em 24 de fevereiro a recandidatura de António Guterres para um segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU.
O atual mandato de António Guterres iniciou-se em 01 de janeiro de 2017 e termina em 31 de dezembro.
Em janeiro deste ano, o ex-primeiro-ministro português anunciou a sua disponibilidade para cumprir um segundo mandato de cinco anos entre 2022 e 2026.
As Nações Unidas deram início este mês ao processo formal de seleção do próximo secretário-geral da organização, ao pedirem aos 193 Estados-membros que submetessem os nomes de candidatos ao cargo.
Sobre as relações com Portugal, Umaro Sissoco Embaló, disse que a relação entre os dois países nunca foi tão próxima como hoje e que Lisboa é uma "porta de entrada para a Europa".
"Nunca tivemos uma relação de aproximação como temos hoje com Portugal", afirmou, salientando ser amigo pessoal do primeiro-ministro, António Costa.
Desde que tomou posse como Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló realizou visitas oficiais a vários países africanos, Portugal e Turquia, país com o qual houve um reforço das relações de cooperação, e tem recebido em Bissau vários chefes de Estado africanos.
"De espírito sou um diplomata, um homem de relações internacionais e penso que tínhamos de nos reafirmar no concerto das Nações. Isso, já temos. Já adquirimos o nosso espaço. Isso era o que nos faltava já há muitos anos, a presença da Guiné-Bissau no concerto das Nações, impor o respeito", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
Questionado sobre se a nova dinâmica da política externa guineense já está a ter impacto, o chefe de Estado disse que, apesar da pandemia da covid-19, várias embaixadas abriram no país, nomeadamente Cabo Verde, Marrocos, Turquia.
Em termos económicos, o Presidente considerou que a captação de investimento foi tímida, mas que o último ano foi, sobretudo, dedicado a "trazer credibilidade" ao país.
"Já temos acordo com o Fundo Monetário Internacional. Na semana passada recebemos apoio de mais de 20 milhões de euros. [o apoio] vem do Banco Mundial, do Banco Africano de Desenvolvimento, mas isto tem um nome, credibilidade", afirmou.
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