Car@ amig@ Presidente
Assunto Urgente: Apelo com vista à concertação de esforços para que eficazmente contribuamos para pôr termo à indescritível desumanidade perpetrada por ações de grupos fanáticos que atingem cidadãos indefesos na região de Cabo Delgado em Moçambique – Proposta para a realização de uma reunião em videoconferência das cidades UCCLA com este objectivo
Dirijo-me
à pessoa de V. Exa., bem como a tod@s @s responsáveis das cidades associadas da
UCCLA-União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa.
Faço-o tendo em atenção os relatos que tenho ouvido de cidadãos que se
refugiaram em Maputo, Nampula e Quelimane, cidades associadas da UCCLA e que
nos fizeram relatos indescritíveis do que ocorre na região de Cabo Delgado, que
tem por capital a cidade de Pemba.
São descrições de uma desumana crueldade, perpetrados por grupos fanáticos,
que semeiam indiscriminadamente a morte, incluindo de crianças inocentes, não poupando
quem quer que seja independentemente da origem geográfica, de género ou etnia.
Não há ideário que o justifique por mais voltas que se dêem perante a total
heterogeneidade das condições sociais, económicas e outras das vitimas
inocentes.
O objetivo prosseguido por esses fanáticos é o da destruição e da morte.
A comunicação social mundial tem feito eco da dimensão da tragédia.
A UCCLA, consciente dos objetivos que prossegue em proximidade com os
cidadãos das 55 cidades associadas de África, Ásia, América Latina e Europa,
tem plena consciência de que já hoje uma larga maioria da população mundial
vive em cidades e dentro de escassos anos mais de 70% dessa população viverá
nelas.
Uma parte muito importante dos munícipes dessas cidades falarão no futuro
ainda mais numa língua universal a todos comum, que é o português.
As notícias que nos chegaram recentemente, também de Pemba, podem amanhã
ocorrer em qualquer outra cidade ou região dos países a que pertencemos.
Que não haja ilusões a este respeito.
Por isso devemo-nos todos sentir cidadãos de Cabo Delgado.
Porque, pelo que antecede, não somos indiferentes ao que se passa, o
presente apelo dirigido a todos os responsáveis das nossas cidades tem um único
objetivo – é preciso concertarmos esforços numa solidária corrente de opinião
que possa contribuir para por termo à gravíssima situação existente.
Isso implica que pelos meios ao nosso alcance sensibilizemos os poderes públicos
nacionais e internacionais, para que se obtenha uma resposta inadiável e eficiente,
que esteja para além de declarações de condenação da barbárie, fundamentada
numa lógica de morte e alheia ao respeito do direito fundamental à vida.
A resposta eficiente que se deseja tem subjacente a defesa do direito
internacional, jamais podendo deixar de se articular com as funções soberanas
do Estado de Moçambique.
É útil e muito proveitoso termos a noção que o planeta terra é único
conhecido para nele vivermos e porque devemos sentirmo-nos todos cidadãos de
Cabo Delgado, o retorno à paz e ao desenvolvimento diz respeito a toda a
humanidade e as cidades de língua portuguesa não podem deixar de tudo fazer
para contribuir para este objetivo.
Em concreto, para a ponderação das eventuais medidas a
tomarmos, proponho que nos reunamos por videoconferência, aguardando a
confirmação da parte de V. Exa. nessa videoconferência que diligenciarei
agendar no mais curto espaço de tempo.
Aguardando a confirmação de V. Exa. e seguro da melhor compreensão,
disponibilizo-me para tudo o que for entendido por conveniente, também
consciente de que o cargo que ocupo, por eleição direta de todos, me impõe
responsabilidades solidárias perante os concidadãos das nossas cidades.
De V. Exa.,
Vítor
Ramalho
(Secretário-geral)
Sem comentários:
Enviar um comentário