O primeiro-ministro, Nuno Nabian, disse este domingo, 12 de julho de 2020, em entrevista à Lusa, que a nomeação do general António Indjai para chefe das Forças Armadas e a remodelação das chefias militares nunca foi debatida ou proposta pelo Governo.
“Há muita especulação e por vezes essa especulação é feita pelos nossos adversários políticos, que é o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), porque o no PAIGC o que querem neste momento é ter o caos ao nível do país”, acusou o primeiro-ministro guineense, em entrevista à Lusa, em Lisboa.
“Isto de dizerem que o general António Indjai vai para a chefia do Estado-Maior e que vai haver remodelação das chefias do Estado-Maior, isso nunca foi debatido e nunca o Governo apresentou alguma proposta ao Presidente da República sobre essa matéria”, afirmou Nuno Nabian.
CEDEAO RECONHECE ATUAL GOVERNO
O chefe do executivo disse na sua entrevista a agência portuguêsa (Lusa) que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reconheceu o seu governo, que segundo a sua explanação, respeita a Constituição e os resultados eleitorais.
“A CEDEAO reconhece o Governo atual, porque tudo aquilo que é da base da Constituição foi cumprido de acordo com as recomendações da CEDEAO”, afirmou o primeiro-ministro.
Para Nuno Nabian, a Constituição foi respeitada, bem como os resultados eleitorais.
Relativamente aos cinco deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que viabilizaram o programa do seu governo, Nabian explicou a Lusa, que os referidos deputados votaram o programa do governo de forma consciente e sem pressão.
“No nosso programa, os cinco deputados do PAIGC entenderam por bem votar no nosso programa, que é um programa de salvação, é um programa que vem para estabilizar o país. É muito simples, votaram de uma forma consciente, sem qualquer pressão, sem qualquer tipo de perturbação, são cinco deputados do PAIGC e um deputado do PND (Partido da Nova Democracia)”, afirmou o chefe do Governo.
Questionado sobre o facto de quatro deputados da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado por Nuno Nabian, estarem ausentes no dia da votação do programa do seu Governo, o primeiro-ministro disse que os “deputados são livres”.
Solicitado a pronunciar-se sobre a iniciativa do controlo das comunicações da população anunciado pelo Chefe de Estado guineense, Úmaro Sissoco Embaló, durante uma conversa com os jornalistas para fazer o balanço dos seus 100 dias de presidência, que sustenta que a monitorização das comunicações visa dar mais segurança e tranquilidade aos cidadãos.
Sobre o assunto, o chefe do governo, explicou que o controlo das comunicações no país justifica-se com a necessidade de responsabilizar os cidadãos por insultos a governantes e recusou que as forças de segurança estejam a perseguir pessoas.
“Eu também ouvi esta declaração do Presidente da República, estou cá em Portugal, e não tive oportunidade de falar com o Presidente sobre essa matéria, mas eu penso que é mais uma questão de contenção”, afirmou.
Salienta-se que o primeiro-ministro, Nuno Nabian, regressou hoje de Portugal, onde foi recebido em audiência pelo seu homologo português, António Costa. Nabian, deslocou-se na semana passada a Barcelona (Espanha) para o controlo médico.
Conosaba/O Democrata/Lusa
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