Os cidadãos guineenses na diáspora vão manifestar-se amanhã, dia 23 de Julho de 2020, na sede da União Europeia em Bruxelas, para denunciar aquilo que consideram de golpe de Estado e violação da Constituição República por parte das atuais autoridades da Guiné-Bissau.
De acordo com as informações que a Bissau On-line teve acesso, a caravana será composta por guineenses que vivem nos diferentes países da Europa (Portugal, Espanha, França, Alemanha, Suíça, Luxemburgo, Inglaterra...).
De recordar que a Guiné-Bissau vive mais um período de crise política depois eleições presidenciais de dezembro de 2019.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) diz que Umaro Sissoco Embaló é vencedor das eleições. O adversário Domingos Simões Pereira contestou os resultados e interpôs um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) alegando fraude eleitoral e a manipulação de mais de 110 mil votos a favor de Sissoco Embaló, o STJ recusa válida os resultados e ordena a CNE para repetir o apuramento nacional dos resultados eleitorais (igual a recontagem dos votos), o que não aconteceu conformidade ordenado.
Diante desse braço de ferro, o candidato Umaro Sissoco Embaló decidiu autoproclamar-se como Presidente da República da Guiné-Bissau no dia 27 de fevereiro de 2020 com ajudas de alguns chefias militares, derrubou o governo de partido PAIGC saído das eleições legislativas de Março de 2019 e nomeou o seu aliado eleitoral, Nuno Gomes Nabian como primeiro-ministro.
Na permanência do impasse entre a Comissão Nacional de Eleições e o Supremo Tribunal de Justiça, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu a reconhecer Umaro Sissoco Embaló como vencedor e presidente da República da Guiné-Bissau, mas ordenou-lhe a exonorar o governo de Nuno Gomes Nabian no mais tardar até 22 de maio de 2020 e nomear um novo Primeiro-ministro, respeitando a constituição da República e os resultados das eleições. Até então as exigências do CEDEAO não foram respeitadas.
De acordo com a constituição da República da Guiné-Bissau, o primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da República tendo em conta os resultados eleitorais e ouvindo os partidos políticos representados na Assembleia Nacional Popular.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vencedor das eleições presidenciais e cujo o líder é Domingos Simões Pereira, acusa CEDEAO de cumplicidade com Umaro Sissoco Embaló.
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