O Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, pediu esta quarta-feira, 22 de julho de 2020, ao governo que dignifique o Parlamento guineense, por ser a única instituição parlamentar no mundo com baixos salários para os deputados. Contudo, reconheceu que o país não está bem economicamente.
Cipriano Cassamá falava no período antes da ordem do dia da sessão plenária, quando as comissões especializadas para diferentes áreas levantaram preocupações sobre a falta de meios financeiros para que possam cumprir cabalmente as suas obrigações durante a X legislatura.
Cassamá informou que o único Parlamento que não consegue ter 500 mil francos CFA, por mês, para afetar às comissões especializadas é o da Guiné-Bissau.
“A solução para ultrapassar essa situação está nas mãos dos deputados da nação”, assinalou.
“Devemos fazer propostas, enquanto parlamentares, para corrigir essa situação, fazer as comissões funcionarem plenamente e fiscalizar as ações do governo. É preciso a união entre os deputados, utilizar a mesma linguagem para fazer com que o governo sinta que toda uma necessidade de fazer funcionar as comissões especializadas da ANP. Não vamos aceitar que as comissões especializadas continuem a viajar apenas nos finais de semana por causa da insuficiência de meios financeiros”, afirmou.
O líder do Parlamento guineense sublinhou, por isso, a necessidade de os deputados produzirem uma resolução, votada unanimemente, para chamar atenção do executivo sobre a necessidade de ser respeita a lei de orçamento e condicioná-lo a transferir a cada três meses fundos para a ANP.
Por seu lado, o deputado da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Mário Musante, defendeu que os deputados devem discutir assuntos concretos para fazer com que as pessoas entendam que são representantes do povo e que são pessoas responsáveis.
“Devemos ter apenas linguagem única de combate à fome e pobreza, não proteger os interesses partidários. Se cumpríssemos o nosso papel cabalmente como deputados, ninguém teria a necessidade de sair do Parlamento para ser membro do governo, mas ficamos aqui a mendigar o executivo, relegando o nosso papel de fiscalizadores das ações governativas”, criticou.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb.
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