O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, considerou esta segunda-feira, 27 de julho de 2020, que a situação da crise sociopolítica na República vizinha da Guiné-Conacri é mais grave em relação ao problema político que se regista atualmente no Mali.
O Chefe de Estado guineense fez estas considerações aos jornalistas depois da cimeira extraordinária (virtual) dos Chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental sobre a crise política no Mali, na qual afirmou que acompanha as manifestações políticas em Conacri e nas quais se tem registado vítimas mortais, por isso “é importante sanear a situação da Guiné-Conacri, embora seja verdade que a situação do Mali é complicada”.
Embaló explicou aos jornalistas que estão sendo criadas condições para a resolução pacífica da crise no Mali e o consequente restabelecimento da confiança entre os protagonistas. Acrescentou que despertou a atenção dos seus homólogos na cimeira, no âmbito da prevenção de conflitos, sobre a importância de um acompanhamento da evolução sociopolítica e de segurança nos países da sub-região, em particular na Guiné-Conacri, tendo em conta a crescente situação de tensão.
“Devemos agir em respeito escrupuloso aos dispositivos da nossa comunidade e às demais normas internacionais em matéria de restabelecimento da paz e segurança, sem perder de vista o imperativo moral de solidariedade necessária para a sobrevivência da nossa comunidade como um todo”, referiu.
Sissoco exortou ao diálogo entre os autores políticos e sociais do Mali de formas a tirar aquele país francófono da sub-região da crise em que se encontra, contudo, defendeu que a destituição de Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta não pode ser discutida, porque a “decisão de ser ou não destituído cabe aos malianos através das eleições”.
Assegurou que os Chefes de Estado e do Governo decidiram, na cimeira, dar um prazo de dez dias ao presidente maliano, para resolver a situação da crise no seu país.
Sobre o assalto à estação emissora privada Rádio Capital FM, Úmaro Sissoco Embaló aproveitou os microfones dos jornalistas para manifestar a sua solidariedade com a direção e os funcionários da rádio, vítima de vandalização perpetrada por homens fardados e armados com AK-47. Exortou neste particular as autoridades judiciais no sentido de apurarem a responsabilidade e identificarem os autores do assalto.
“Estamos num país democrático. Apesar de a democracia exigir alguns parâmetros, este tipo de acontecimentos não pode ser considerado normal”, notou.
Por: Epifânia Mendonça
Conosaba/odemocratagb
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