O Sector Privado desempenha um papel importante na criação de emprego e riqueza,oferta de bens, contribui até para a resolução de problemas sociais, tendo em lugar fundamental na formação e desenvolvimento de mercados inclusivos.
No meu último artigo de opinião tinha trazido a rebalta o tema sobre mercado de capitais, mas, esta temática não pode realmente se concretizar sem um sector privado robusto. De algum tempo a esta parte, temos constatado na Guiné-Bissau que os sucessivos governos e o sector privado têm andado de costas voltadas por razões várias.
Ora, não se pode criar riqueza sem o sector privado, uma economia não pode crescer e desenvolver sem o sector privado, razão pela qual é urgente que haja um entendimento o mais rapidamente possivel entre as duas entidades. Entretanto no pós-Covi 19 o sector privado será uma das apostas para relançar a economia guineense e assegurar a oferta interna de forma competitiva de bens e serviços.
O país encontra-se numa economia em que o sector privado não existe, e maior parte dos empresários são políticos, é preciso ver a lei da privatização das empresas para que sejam pessoas com iniciativas para empreender.
Se a Guiné-Bissau quiser um verdadeiro crescimento económico ao nível da média da União Económica e monetária Oeste Africana (UEMOA) terá que reactivar e sustentabilidade o sector privado, portanto o sector privado tem que ser mais activo no processo de desenvolvimento do pais.
Actualmente o pais apresenta um défice fiscal na ordem dos 9.6% do PIB devido a pandemia provocada pelo novo coronavirus, o governo deverá adotar medidas no sentido de ajustar as contas do Estado a realidade actual,entretanto julgo importante que o governo continue a procurar o espaço fiscal para o equilíbrio das finanças públicas para galvanizar e assegurar que as PME’s continuem a prestar o seu contributo para a economia nacional. Outro aspecto que interessa o sector privado é a redução de taxas de juros, abrindo espaço para o melhoramento dos mecanismos de financiamento da economia. Este segmento precisa de estar atento á todas transformações macroeconómicas, bem como as facilidades de investimentos por todo o pais.
Os empresários nacionais devem reduzir a sua dependência do Estado e adoptarem uma postura mas criativa,’’ nós por ca na Guiné’’ temos uma classe empresarial que tem como cultura depender do Estado, isso não é bom para o pais e para a economia. Ao Estado cabe o papel de órgão regulador e coordenador de todo o processo de desenvolvimento economico e social, e ao sector privado é reservado o papel de motor do crescimento económico, num ambiente competitivo que leve a permanente criação de riqueza e de valor de maneira eficiente, e para que o sector privado tenha um bom desempenho o Estado deve criar as condições para a remoção das falhas do mercado. As falhas em questão estão ligadas,sobretudo,ao combate contra os monopólios e outras imperfeições do mercado,assim como remover a burocracia e outros vícios e obstáculos desnecessários da administração pública,que podem dificultar o desenvolvimento de negócios.
Privatizações para crescimento económico: A implementação de um amplo programa de privatizações de empresas públicas e activos publicos seria importante para a Guiné-Bissau evitar a concorrencia desenfreada aos cargos dos Directores-Gerais (DG), Directores Administrativos e Financeiro (DAF) e os Presidentes dos Conselhos de Administrações (PCA). Com o processo de privatizões pretende-se promover o crescimento económico do País,fomentando o investimento privado e o aumento da oferta de emprego. Pretende-se também, contribuir para aumento da eficiência das empresas guineenses, levando a uma redução gradual dos custos de produção e pratica de preços mais competitivos,para beneficio dos consumidores.
Na mesma senda pretende-se atrair investidores internacionais que aportem a nossa economia não só capital financeiro e tecnologia avançada, mas sobretudo o ‘’Know how’’ que nos permita diversificar e aumentar a produção interna de bens e serviços e com isso incrementar as exportações.
O objectivo é acelerar a transformação económica e melhorar o ambiente de negócios através da inovação e envolvimento do sector privado é o de edificar na Guiné-Bissau uma economia baseada num crescimento forte e sustentado sem a grande dependência da Castanha de Caju.
É urgente a implementação das medidas tendentes a combater a concorrência desleal, o branqueamento de capitais, , para reforçar o sector privado e transmitir a confiança aos investidores. Só com um sector privado robusto se pode adotar a economia nacional de possibilidade de crescer cada vez mais.
Mestre: Aliu Soares Cassamá
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