As mulheres grávidas guineenses com VIH/Sida seguidas no centro de tratamentos Céu e Terra, em Bissau, estão com dificuldades para aceder aos antirretrovirais, dadas as restrições de movimentos em vigor devido à covid-19
As mulheres grávidas guineenses com VIH/Sida seguidas no centro de tratamentos Céu e Terra, em Bissau, estão com dificuldades para aceder aos antirretrovirais, dadas as restrições de movimentos em vigor devido à covid-19, alertou hoje o diretor.
Manuel Aquessuen, diretor clínico do Céu e Terra, um dos poucos centros de tratamento e seguimento às grávidas e mulheres lactantes infetadas com o VIH/Sida, disse que as restrições conter a pandemia do novo coronavírus adotadas pelas autoridades sanitárias e políticas guineenses estar a dificultar o seguimento de doentes do Céu e Terra.
Com o estado de emergência, várias mulheres seropositivas, sobretudo as do interior da Guiné-Bissau, “deixaram de se deslocar à clínica, o que também acontece com as dos bairros periféricos” de Bissau, observou Aquessuen.
Em condições normais, a clínica atende, por dia, até 50 mulheres, entre grávidas e lactantes, mas desde o início da pandemia da covid-19, apenas recebe 10 pessoas, notou o diretor clínico da Céu e Terra.
Para não faltar aos doentes com os antirretrovirais, a equipa de Manuel Aquessuen decidiu levar os medicamentos a casa de pacientes em Bissau, mas há mais de 15 dias que não consegue deslocar-se por falta de combustíveis para a única viatura disponível na clínica.
O médico aguarda por uma resposta do Ministério da Saúde Pública a quem pediu combustível para atestar o carro e continuar a distribuição gratuita de antirretrovirais às pacientes de Bissau.
“As pacientes com HIV são pessoas vulneráveis, pessoas de alto risco de contaminação com a covid-19, por isso não podemos deixar de as disponibilizar medicamentos”, observou Manuel Aquessuen.
Entre pessoas em tratamento e aquelas em seguimento, a clínica atende cerca de quatro mil infetados com VIH/Sida, disse Aquessuen.
A Céu e Terra é uma associação de profissionais de saúde, tutelada pelo Ministério da Saúde Pública e que trabalha sob a supervisão do secretariado guineense de luta contra a sida, desde 2002.
O Centro de Operações de Emergência de Saúde guineense elevou para 726 os casos registados com infeção por covid-19 no país.
No domingo foram registados mais 85 casos positivos, elevando para 726 o número de infeções registadas, incluindo 26 recuperados e três mortos.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, renovou hoje o estado de emergência no país até 26 de maio e agravou as medidas de confinamento ao impor o recolher obrigatório e o uso de máscara.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (726 casos e três mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (439 e quatro mortos), Cabo Verde (260 e duas mortes), São Tomé e Príncipe (212 casos e cinco mortos), Moçambique (91) e Angola (45 infetados e dois mortos).
O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.290, com mais de 63 mil infetados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.
Conosaba/Lusa
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