A tentativa da Polícia Judiciária (PJ) prender o ministro de agricultura, após a audição, esta quinta-feira (11), resultou em confronto físico e verbal entre a segurança do próprio ministro, os agentes da PJ e alguns civis presentes no local
A audição durou quase duas horas, na sala da reunião do ministério, na qual estava presente o coordenador da referida operação “Arroz do Povo”, Fernando Jorge, que depois foi obrigado a abandonar o local devido a sua audição, também hoje (11), no Ministério Público, na vara crime do Tribunal Regional de Bissau. Durante a audição estava também presente o advogado do arguido, Emiliano Mendes.
Após toda a formalidade da audição, uma equipa da PJ chegou ao local com um mandato de captura contra o ministro Nicolau dos Santos, a ordem foi desacatada o que teria provocado confronto mais sem ferimentos e o facto possibilitou a fuga do ministro para seu gabinete cuja porta foi arrombada depois por parte dos agentes da PJ mas mesmo assim não se cumpriu a ordem de detenção do ministro.
Em declaração aos jornalistas, o advogado do ministro, Emiliano Mendes, diz não compreender a razão do mandato de detenção do seu constituinte uma vez que ele colaborou com a investigação.
“Tudo decorreu normalmente, o ministro prestou as declarações que tinha que prestar, e manifestou disponibilidade de juntar todos os documentos que provam os factos por ele alegados e quando estávamos a preparar para sair chegaram de forma repentina uns agentes da PJ, armados e uniformizados, com uma ordem da detenção do ministro. (…) Não estou a perceber as razões da sua detenção, eles tentam a todo o custo cumprir o mandato, recorrendo a violência desnecessária para retirá-lo (ministro) do seu gabinete de trabalho, inclusivo chegar ao ponto de arrombar a porta”, sustenta o advogado.
Sobre o confronto que motivou o arrombamento da porta do gabinete do ministro por agentes da Polícia Judiciária, Emiliano Mendes sustenta que “ninguém está acima da lei” e o seu constituinte sempre está desposto a colaborar com a justiça porque “no fundo o que se pretende é a busca da verdade material”.
“A forma desnecessária, brutal e despótica adotada pela PJ é que me estranhou bastante, no fim o que se pretende é a realização da justiça, mas com a busca da verdade material não era necessário o recurso à violência para levar o homem á força, não há nada que justifica nisso”, defende.
No local, a Rádio Sol Mansi (RSM) tentou sem sucesso ouvir a reacção da Polícia Judiciária (PJ), que acabou por abandonar o local sem a detenção do ministro da agricultura.
A polícia judiciária nos últimos dias está a desencadear a operação denominada “arroz do povo” que resultou na recuperação de uma soma considerável do arroz doado pela República Popular da China, nos lugares impróprios.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Sem comentários:
Enviar um comentário