O analista político guineense, Rui Landim, pediu esta sexta-feira, 11 de Janeiro de 2019, a demissão imediata do Procurador-Geral da Republica da Guiné-Bissau (PGR), Bacari Biai, após o Tribunal Regional de Bissau declarar nulos todos os atos praticados pelo Ministério Público em relação ao processo eleitoral em curso no país.
Em declarações exclusivas à Radio Jovem e DW-África, Landim afirma que Bacari Biai não tem condições para continuar a exercer com dignidade a função do Procurador-Geral da Republica guineense. “Acho que agora este Procurador-Geral de República não tem outro caminho. A porta está aberta para sair, deve ir embora, porque não tem condições para exercer com dignidade aquela função. A função do Procurador tem que ser uma função de grande honra”, afirmou Landim.
Em Dezembro de 2018 decidiu Biai, na sequência de uma queixa apresentada por um grupo de partidos políticos por alegadas irregularidades no recenseamento eleitoral, suspender os trabalhos no servidor principal do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) e requisitar às forças de segurança para controlar as entradas e saídas daquele gabinete, bem como interditar a entrada de pessoas não autorizadas no edifício.Perante este cenário, o analista convida o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, em nome do governo a não só intentar uma queixa-crime contra Bacari Biai, como fazer finca pé para que seja exonerado das funções.
Visivelmente desapontado com ações de Biai durante atual crise politica, Landim entende que o Procurador-Geral da República guineense só tem condições para ser “militante” e ativista político, mas representar o Estado não pode continuar. Durante a sua longa intervenção à nossa estação emissora para analisar atualidade política no país, Landim, diz que é urgente o país realizar as eleições legislativas a 10 de Março do ano em curso para legitimar o parlamento guineense.
Mas também chamou atenção ao Presidente guineense no sentido de marcar a data das eleições presidências o mais rapidamente possível para recompor a Guiné-Bissau, que ficou fortemente fustigada devido a crise politica. “Espero que se faça escrutínio na data marcada, e, é urgente que isso aconteça e que eleições presidências não passam também sejam marcadas e que o Presidente da República que marque a data das eleições ainda este mês”, referiu Landim.
A ocasião serviu para o analista político apelar a comunidade internacional (CEDEAO, UA e ONU) a continuar acompanhar a situação sociopolítica do país, porque se não a Guiné-Bissau está na iminência de entrar numa “desgraça”, tendo citado exemplo de alguns países. A Guiné-Bissau vive uma crise política desde a demissão, por José Mário Vaz, do Governo liderado pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, vencedor das legislativas de 2014), em agosto de 2015.
Em abril, foi alcançado consenso para a nomeação de Aristides Gomes como primeiro-ministro com o objetivo de organizar eleições legislativas a 18 de novembro, posteriormente adiadas devido a dificuldades financeiras e técnicas, que atrasaram o início do recenseamento eleitoral.
Por: Alison Cabral
Conosaba/faladepapagaio./radiojovem.info
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