Só pode ser ignorante quem julga ou se assume ser diferente, superior ou inferior, pela densidade de melanina que transporta na sua derme, ou pelo ponto geográfico onde nasceu...
Agora, não concordo nem posso concordar com a generalização que se está a fazer a volta do incidente do Bairro da Jamaica, rotulando Portugal de um país racista!
Com isso, não nego que em Portugal não haja pessoas com sentimentos rácicos bem vincados, nem tão pouco que não há pequenas discriminações raciais no dia-a-dia de qualquer estrangeiro, principalmente negros.
Eu mesmo, já contactei com isso, por mais que uma vez, quer em Portugal, como em França, em plena Disneyland e, a única vez que tive de intervir e disponibilizar-me para também ser preso junto com um imigrante senegalês, foi no Aeroporto de Gran Canárias em Espanha, e não em Portugal, acompanhado da minha família (mulher e sogros), que são espanhois...
Também não é estranho a qualquer guineense de tez mais clara, ter sido aqui e ali discriminado na sociedade guineense como "tuga ou cabrianu bai pa bu terrra", da mesma forma que os guineenses também se queixam disso na realidade caboverdeana, pela forma como são tratados "os mandjacus"... Face a isso, nunca assumimos a nossa amada e maltratada Guiné-Bissau nem Cabo-Verde dos nossos avós, como países racistas, por culpa de actos de pessoas ignorantes! E, por viver em países (Portugal e Espanha), cujas as leis não tolera o racismo, que me defendo e bem dessas incursões, quer em relação a mim diretamente, quer em relação ás outras pessoas que me rodeiam, quando são vítimas de actos desses. Se não me sentisse protegido pelas leis do país que me acolheu, aí sim poderia até assumir que estava a viver num país racista! Mas não posso assumir isso em relação a um país que me acolheu, deu-me trabalho e permitiu-me ter condição de vida digna que o meu próprio país privou-me, que tem leis que repudiam e punem esses actos de racismo, legalizam associações contra o racismo e financiam algumas, para não falar de realojamentos de imigrantes dos bairros sociais nas mesmas condições que os nacionais.. Da mesma forma que, por mais que visione aquele vídeo da alegada violência policial no Bairro da Jamaica, não consigo perceber onde está o acto rácico que motivou toda a onda de protesto com índole racial! Que tenha havido uso excessivo ou desproporcional da força policial, até posso equacionar, mas prefiro esperar pela conclusão dos inquéritos... Estamos em Portugal, na Europa, um país com predomínio da raça caucasiana (brancos), o que reflete a representatividade dos elementos policiais que tiveram de atuar num bairro, onde a representatividade de pessoas negras também é predominante.
Terá havido violência policial sobre os moradores ou primeiro destes contra a polícia, interrogo, onde vimos racismo?!
Para haver racismo tem de haver um acto discriminatório intencional de uma raça para a outra raça, o que não vi!
Para mim, racismo é a forma como essas pessoas foram viver naquelas condições, a política da imigração de portugal associada à miséria imposta pelo ocidente aos países africanos, para continuarmos na dependência dos mesmos.
Para mim racismo é o aproveitamento que o Bloco de Esquerda quis fazer deste caso de alegada violência policial, para estimular a revolta dos negros e dessa forma angariar votos dos imigrantes nacionalizados e dos seus filhos já cá nascidos... Penso que não mediu foi a repercussão social e política que essa demagogia teria... E, entristece-me ver dos poucos negros a trabalhar numa Assembleia da República, simbolo da democracia e do Estado de Direito, a retratar as forças da segurança pública como "a bosta da bófia" e o Primeiro-Ministro de um país, sugerir que lhe terão dirigido uma determinada questão, por causa da sua cor da pele!
Mesmo que estivesse implícito na pergunta, um PM deve se colocar acima da cor da sua pele e das suas origens, desde o primeiro dia que se propôs ser o representante máximo do governo de um Estado de Direito democrático...
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