quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

POLITÓLOGO DIZ QUE PAÍS PRECISA DE ACTORES COM ELEVADA CAPACIDADE DE EQUILÍBRIO POLÍTICO

O Comentador permanente da Rádio Sol Mansi (RSM) para os assuntos políticos, Rui Jorge Semedo, discorda com a observação do Presidente da República que a questão do sistema político não é de todo um assunto que faz com que politicamente o país não consiga criar uma instituição forte

Em análise, esta quarta-feira (02 de Janeiro), o politólogo guineense, Rui Jorge Semedo, disse que é preciso ter um reposicionamento dos atores políticos, porque mesmo mudando o sistema, se não existirem atores políticos com uma elevada capacidade de equilíbrio político o país vai continuar na mesma situação.

“Tem que a ver um reposicionamento dos atores políticos para ajudar que o sistema funcione, por isso, é um assunto muito delicado que exige muita reflexão porque, do ponto de vista técnico, não existe um sistema melhor do que o outro, portanto mesmo que mudamos do semipresidencialismo para o presidencialismo se não temos atores políticos com uma elevada capacidade de equilíbrio politico, o país vai continuar na mesma situação, portanto neste momento é mais importante uma actuação política muito responsável por parte dos dirigentes políticos da Guiné-Bissau”

Relativamente a mensagem do final do ano do Presidente da República, Rui Jorge sustenta que a mensagem apresenta um nível de “muita timidez” porque o chefe de Estado devia fazer um resumo geral daquilo que foi o seu trabalho durante a sua magistratura.

Para Rui Jorge Semedo, Mário Vaz devia relatar também as questões sociais, a educação que até então os alunos das escolas públicas não começaram o ano lectivo 2018/2019. Isso demostra, em parte, aquilo que o governo e no seu todo o Estado da Guiné-Bissau dos erros que estão a cometer relegando a questão de educação para o segundo plano, a outra situação é a questão do projecto do presidente Mário Vaz (mão na lama), que até então não sabemos do resultado, e no que diz respeito a questão de boa gestão das coisas pública”, sustenta.

Rui Jorge lembra que o ano 2018 foi um ano “extremamente grosseiro”, porque “desapareceu 500 milhões e inclusive o Presidente de República está envolvido neste montante e até hoje ninguém nos explica o paradeiro daquele cheque”.

O politólogo e comentador político da RSM fala também da crítica que o Presidente Mário Vaz fez a comunidade internacional durante a sua mensagem á nação.

“Do ponto de vista de cooperação internacional, ele (Presidente da Republica) teceu algumas críticas, não mencionou nome de nenhuma organização internacional mas, percebe-se nas entre linhas, que a crítica está dirigida essencialmente ao posicionamento que a CEDEAO teve em sancionar as 17 personalidades guineenses incluindo o próprio filho do presidente José Mário Vaz”.

Semedo diz que o discurso mostra que existe uma “má leitura” que é feita internamente por um determinado sector político e que essa leitura é recebida pelos parceiros externos sem no fundo compreender as dinâmicas e algumas situações politicas vividas na Guiné-Bissau.

Por: Elisagila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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