comunidade lusófona, Maria do Carmo Silveira,
Bissau - A secretária executiva da Comunidade dos países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, disse quinta-feira esperar que os actores políticos da Guiné-Bissau encontrem uma data para as eleições legislativas, conveniente para o país e que permita ultrapassar o impasse actual, informou a Lusa.
As eleições estão marcadas para o próximo dia 18 de Novembro, mas o Governo já apresentou três cenários com duas datas em Dezembro e outra em Janeiro, face à necessidade de adiar o escrutínio devido a atrasos no processo de recenseamento da população.
Em declarações à Lusa, a secretária executiva da comunidade lusófona, Maria do Carmo Silveira, disse esperar que "os atores políticos na Guiné-Bissau possam encontrar uma data que convenha ao país, para que se resolva de uma vez por todas este impasse e que o país possa retomar o seu processo de desenvolvimento".
A responsável comentou que "o possível adiamento" do ato eleitoral se deve "a uma situação concreta, conhecida de todos", numa referência aos atrasos no início do recenseamento.
Maria Silveira recordou que o Presidente guineense, José Mário Vaz, pediu um apoio de três milhões de euros à CPLP para organizar as eleições, durante a cimeira da organização no Sal, Cabo Verde, em Julho passado, e que "esses apoios foram disponibilizados".
Terça-feira, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse ter apresentado três cronogramas eleitorais para a realização de eleições legislativas, a 16 ou 30 de Dezembro, o que implicaria uma redução dos prazos para além do recenseamento, ou a 27 de Janeiro, com o respeito de toda a lei e sem encurtamento de prazos. "Mas o senhor Presidente manifestou interesse em que as eleições sejam ainda este ano e nós também", disse.
Também o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, disse na terça-feira que quer eleições legislativas em 2018 e recusou acusações sobre querer fazer eleições gerais em 2019. "Isso não corresponde à verdade e não tem fundamento. Eu quero eleições de acordo com a lei", disse.
José Mário Vaz pediu um entendimento e um compromisso, porque tem de informar o chefe de Estados da Comunidade Económica da África Ocidental sobre as razões pelas quais não é possível realizar as legislativas no dia 18 de Novembro, além de ter de apresentar as "soluções encontradas internamente".
O Presidente marcou uma reunião para sexta-feira para serem apresentadas as propostas para ultrapassar a actual situação.
O processo eleitoral para as legislativas, marcadas para 18 de Novembro na Guiné-Bissau, tem sido bastante criticado pelos partidos políticos e pela sociedade civil, principalmente o recenseamento, que começou, atrasado, a 20 de Setembro.
Recentemente, o Governo anunciou o que o recenseamento eleitoral se deveria prolongar até 20 de Novembro e terminar dois dias depois da data marcada inicialmente para a realização das legislativas.
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