quinta-feira, 29 de novembro de 2018

'BCEAO: SEMANA DA INCLUSÃO FINANCEIRA' - MESTRE: ALIU SOARES CASSAMA

Está a decorrer em Bissau, de 26 de novembro a 1 de dezembro de 2018, à semelhança do que acontece nos restantes Estados membros da UEMOA, a semana da inclusão financeira promovida pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO).

Para já, o que significa a Inclusão Financeira? De uma forma simplista, significa capacitar a população para dicidir se quer ou não ‘’bancarizar-se’’ e qual a melhor forma de fazê-lo.

Este processo está inserido no quadro da elaboração da estratégia regional de inclusão financeira que tem por objectivo discutir a problemática da inclusão assim como sensibilizar o conjunto dos agentes económicos sobre a questão.

O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), pretende com esta iniciativa atingir uma grande parte da população da união, sobretudo as mulheres e os jovens rurais, para que possam aceder aos serviços financeiros. Isto terá como finalidade lutar mais eficazmente contra a pobreza.

O objectivo principal é fazer chegar 75% da população da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) aos serviços financeiros até 2022. Para atingir este objectivo, o BCEAO implementará um quadro regulatório e jurídico favorável e os mecanismos necessários para ajudar os agentes económicos, nomeadamente as PMEs e os empresários, a acederem aos serviços financeiros.

Segundo o governador do BCEAO, Senhor Tiemoko, que se encontra na sede principal da instituição em Dakar, a sua instituição elaborou um programa consistente para responder às necessidades de financiamento das PMEs, estimadas em 331 mil milhões de dólares (USD).
Na Guiné-Bissau, a inclusão financeira está aquém das expectativas porque a nossa taxa de bancarização ronda os 12%, muito longe da média dos paises da UEMOA.

Os balcões bancários guineenses encontram-se concentrados nos grandes centros urbanos, nomeadamente em Bissau, Bafata e Gabu (no leste do País) e Canchungo e São Domingos (no norte).

Esta iniciativa é, sem dúvida, uma escolha acertadíssima. Revela a preocupação da autoridade monetária nacional com a inclusão financeira e cidadania da população.
Estava mais do que na hora do banco central chamar a si a responsabilidade pela elevação dos níveis de literacia financeira da sociedade.

Porém, as metas acima referenciadas só serão plenamente alcançadas se existir uma educação financeira de facto e atuante.

O BCEAO deu um passo acertado, é de louvar a sua iniciativa. Agora, a pergunta que se coloca é a seguinte: para quando uma Estratégia ou Plano Nacional de Inclusão Financeira?

No actual contexto económico do pais, a inclusão financeira terá um papel extremamente importante para se alcançar as seguintes metas: elevação da cultura financeira no país, melhorar o desempenho das finanças pessoais e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, elevar os níveis de bancarização da população, reduzir os níveis de incumprimento do crédito, promover o consumo consciente e estimular os hábitos de poupança por parte dos cidadãos.

Recomendações
ü  Institucionalização de um Departamento de Educação Financeira no BCEAO
ü  Institucionalização da educação financeira desde o ensino básico até ao ensino universitário

ü  Os micro empreendedores e os empreendedores também deveriam ser incluídos no grupo dos principais beneficiários deste programa, capacitando-os para conhecerem os instrumentos financeiros Fazer chegar a cobertura bancária a todo o territorio nacional

Olhando para a nossa actual realidade económica e financeira, estamos perante uma encruzilhada económica (já defendida no meu último artigo de opinião), apostando no empreendedorismo, na bancarização e na diversificação da economia, os ganhos poderiam até ser maiores.

A Direção Nacional do BCEAO esta de parabéns pela iniciativa!

Apenas uma contribuição enquanto bancário.

Mestre Aliu Soares Cassamá

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