Está a decorrer em Bissau, de 26 de novembro
a 1 de dezembro de 2018, à semelhança do que acontece nos restantes Estados membros
da UEMOA, a semana da inclusão financeira promovida pelo Banco Central dos
Estados da África Ocidental (BCEAO).
Para já, o que significa a Inclusão
Financeira? De uma forma simplista, significa capacitar a população para
dicidir se quer ou não ‘’bancarizar-se’’ e qual a melhor forma de fazê-lo.
Este processo está inserido no quadro da
elaboração da estratégia regional de inclusão financeira que tem por objectivo
discutir a problemática da inclusão assim como sensibilizar o conjunto dos
agentes económicos sobre a questão.
O Banco Central dos Estados da África
Ocidental (BCEAO), pretende com esta iniciativa atingir uma grande parte da
população da união, sobretudo as mulheres e os jovens rurais, para que possam
aceder aos serviços financeiros. Isto terá como finalidade lutar mais eficazmente
contra a pobreza.
O objectivo principal é fazer chegar 75%
da população da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) aos
serviços financeiros até 2022. Para atingir este objectivo, o BCEAO implementará
um quadro regulatório e jurídico favorável e os mecanismos necessários para
ajudar os agentes económicos, nomeadamente as PMEs e os empresários, a acederem
aos serviços financeiros.
Segundo o governador do BCEAO, Senhor Tiemoko,
que se encontra na sede principal da instituição em Dakar, a sua instituição
elaborou um programa consistente para responder às necessidades de
financiamento das PMEs, estimadas em 331 mil milhões de dólares (USD).
Na Guiné-Bissau, a inclusão financeira
está aquém das expectativas porque a nossa taxa de bancarização ronda os 12%, muito
longe da média dos paises da UEMOA.
Os balcões bancários guineenses encontram-se concentrados nos grandes
centros urbanos, nomeadamente em Bissau, Bafata e Gabu (no leste do País) e
Canchungo e São Domingos (no norte).
Esta iniciativa é, sem dúvida, uma
escolha acertadíssima. Revela a preocupação da autoridade monetária nacional
com a inclusão financeira e cidadania da população.
Estava mais do que na hora do banco
central chamar a si a responsabilidade pela elevação dos níveis de literacia
financeira da sociedade.
Porém, as metas acima referenciadas só
serão plenamente alcançadas se existir uma educação financeira de facto e
atuante.
O BCEAO deu um passo acertado, é de
louvar a sua iniciativa. Agora, a pergunta que se coloca é a seguinte: para
quando uma Estratégia ou Plano Nacional de Inclusão Financeira?
No actual contexto económico do pais, a
inclusão financeira terá um papel extremamente importante para se alcançar as
seguintes metas: elevação da cultura financeira no país, melhorar o desempenho
das finanças pessoais e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos
cidadãos, elevar os níveis de bancarização da população, reduzir os níveis de
incumprimento do crédito, promover o consumo consciente e estimular os hábitos
de poupança por parte dos cidadãos.
Recomendações
ü Institucionalização de um Departamento de Educação
Financeira no BCEAO
ü Institucionalização da educação financeira desde o ensino
básico até ao ensino universitário
ü Os micro empreendedores e os empreendedores também
deveriam ser incluídos no grupo dos principais beneficiários deste programa, capacitando-os
para conhecerem os instrumentos financeiros Fazer chegar a cobertura bancária a todo o territorio
nacional
Olhando para a nossa actual realidade
económica e financeira, estamos perante uma encruzilhada económica (já
defendida no meu último artigo de opinião), apostando no empreendedorismo, na bancarização
e na diversificação da economia, os ganhos poderiam até ser maiores.
A Direção Nacional do BCEAO esta de
parabéns pela iniciativa!
Apenas
uma contribuição enquanto bancário.
Mestre
Aliu Soares Cassamá
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