Grupo de jovens foi atropelado pelas 2h numa rua que estava fechada ao trânsito por causa das festas da Moita. GNR deteve condutor logo no local e o tribunal decretou-lhe a prisão preventiva.
Ficou em prisão preventiva o condutor de um automóvel que atingiu várias pessoas durante a madrugada deste sábado nas festas da Moita. O atropelamento vitimou uma jovem de 17 anos, Açucena Patrícia, irmã do futebolista Yannick Djaló, e feriu outras cinco pessoas.
O condutor foi detido de imediato pela GNR, que fazia o policiamento das festas, e já nesta manhã foi ouvido no Tribunal do Barreiro. De acordo com um comunicado da GNR, está indiciado por 12 crimes: um de condução perigosa; dez de homicídio qualificado na forma tentada e um de homicídio qualificado.
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Segundo descreveu ao PÚBLICO fonte do comando distrital de Setúbal da GNR, o acidente ocorreu pelas 1h50, quando uma viatura ligeira entrou numa zona "interdita" da vila que estava fechada ao trânsito e atropelou um grupo de seis pessoas. O veículo embateu "violentamente" contra "as guardas de madeira de protecção, utilizadas para as largadas de touros" que, no entanto, não impediram o atropelamento, detalha a mesma força policial num comunicado.
À SIC Notícias, o major Nuno Gonçalves, chefe de comunicação pública do Comando Territorial de Setúbal da GNR, afirma que "tudo leva a crer" que o atropelamento tenha sido intencional, e que terá origem "num desacato entre dois grupos".
Açucena Patrícia tinha sido transportada para o Hospital de Garcia de Orta, em Almada, com múltiplas fracturas nos braços e pernas e danos internos no tórax e abdómen, acabando por morrer devido aos ferimentos. As outras cinco vítimas sofreram apenas ferimentos ligeiros, mas quatro delas foram também encaminhadas para o hospital. Uma não precisou de receber assistência hospitalar mas apenas no local. Ali estiveram, além do INEM, os bombeiros da Moita e do Montijo.
Na Moita decorrem as festas de Nossa Senhora da Boa Viagem e na noite de sexta-feira para sábado realizou-se, a partir da 1h da manhã, a última das habituais largadas de touros nocturnas na Avenida Teófilo Braga, uma das principais artérias da vila e situada a apenas 150 metros do local do acidente. O centro da vila costuma, por isso, estar vedado ao trânsito e o piso das ruas por onde passam os animais (e os populares em fuga ou que os toureiam) é coberto por uma camada de terra (que também não facilita a circulação e condução dos veículos).
Para conseguir chegar ao local com a viatura, o condutor teve que passar por ruas fechadas com baias e grades de segurança que alguém lhe terá aberto. Naquela zona da vila da Moita, junto ao cais, há ruas muito estreitas, boa parte delas apenas com um sentido, com casas antigas, e a Travessa do Açougue, em cuja esquina com a Rua Silva Evaristo se deu o acidente, é uma delas.
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