terça-feira, 13 de março de 2018

«AVICULTURA» MINISTRO GUINEENSE CESSANTE DA AGRICULTURA LAMENTA QUE A PRODUÇÃO NACIONAL NÃO ESTEJA A SATISFAZER AS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO


Bissau,13 Mar 18 (ANG) – O ex-ministro da Agricultura, Florestas e Pecuária afirmou que o sector avícola guineense tem um potencial enorme mas que infelizmente a sua produção não consegue satisfazer, em quantidade e qualidade, as necessidades alimentares da população.

Nicolau dos Santos que discursava hoje na abertura do Atelier Nacional para a Melhoria da Performance da Fileira Avícola da Guiné-Bissau, disse que, em consequência, importantes recursos financeiros são destinados anualmente para a importação dos produtos como frangos e ovos.

“O governo da Guiné-Bissau tem consciência clara das dificuldades do sector avícola podendo mesmo enumerá-las dentre elas a falta de alimento, incubadora capaz de produzir e distribuir os pintos do dia, falta da tecnologia para o melhoramento de performances das raças locais entre outras”, explicou o ex-governante.

O ministro cessante da Agricultura enumerou ainda outros constrangimentos: a falta de créditos agrícolas aos avicultores, falta de acompanhamento tecnológica entre outros.

“Por isso, o tema que nos reúne aqui apresenta um interesse considerável para o sector pecuário, em particular, e em especial para os avicultores. Espero que os resultados do ateliê assim como a formulação de um Plano de Acção e as recomendações servirão de alavanca para a melhoria das performances no sector”, referiu.

Salientou que a melhoria das performances da fileira avícola nacional só traz benefício aos criadores dessas espécies porque são eles que se ocupam com o seu desenvolvimento.

Segundo Nicolau dos Santos a pecuária guineense é praticada por mais de 90 por cento da população, garante o sustento familiar durante o ano inteiro e contribui grandemente na redução da pobreza e na diversificação da dieta alimentar para além de contribuir com 17 por cento ao Produto Interno Bruto.


“Conforme os dados estatísticos do último recenseamento geral de animais realizado em 2009/10, a Guiné-Bissau detinha cerca de um milhão e meio de todas as espécies”, sublinhou.
Acrescentou que a prática avícola na Guiné-Bissau data dos primórdios da independência com a criação de empresas estatais como a ENAVI e mais tarde a SUINAVE, com intuito de fornecer as populações alternativas em proteínas animais de qualidade e de acesso fácil.
“Lamentavelmente, devido a retirada do Estado da esfera de produção nos anos 80 e mais tarde com a privatização das infraestruturas de produção avícola, sem grandes medidas de acompanhamento e de uma real transferência de tecnologias aos avicultores, hoje esse sector enfrenta grandes dificuldades em termos de factores de produção, formação, organização da cadeia etc.”, destacou.

Por sua vez, o Director -geral da Pecuária afirmou que os próprios avicultores estão a tentar organizar-se e já criaram a sua organização de classe denominada , União de Produtores de Cadeia Agrícola(UPCA).

Bernardo Cassamá disse que ao nível sub-regional, através da União Económica e Monetária Oeste Africana(UEMOA), acredita-se que a referida fileira pode dar resposta na luta contra a insegurança alimentar e fornecer proteínas às populações a partir de carne e ovo.

“Por isso, a UEMOA preocupou-se em apoiar as organizações da fileira avícola nos seus Estados membros e foi por causa disso que financiou este ateliê ,de forma a diagnosticar os países que dispõe ou não de fileiras organizadas, para se traçar um Plano de Acção de curto, médio e longo prazo para contribuírem na dieta alimentar das suas populações”, explicou. O Ateliê terá a duração de três dias.

Conosaba/ANG/ÂC/SG

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