quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Falta de professores no interior: MINISTRO DA EDUCAÇÃO ANUNCIA CONCURSO PÚBLICO PARA RECRUTAMENTO DE DOCENTES

O ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, Braima Sanhá, reconheceu que o setor educativo depara-se com falta de professores sobretudo no interior da Guiné-Bissau, com destaque para a região de Oio, onde algumas escolas estão com falta de professores.

Neste sentido, Braima Sanhá anunciou para breve a recolocação dos professores retirados do sistema e a colocação de novos professores com formação pedagógica para colmatar as carências de momento sobretudo no interior da Guiné-Bissau.

“A região do Oio tem sérios problemas dos professores. A maioria dos professores quer ficar em Bissau. Nós não podemos continuar a pensar que Guiné-Bissau é só Bissau. Temos que colocar professores no interior do país. Estamos só a aguardar o aval do Ministério da Administração pública porque já temos professores preparados pedagogicamente para irem ao terreno” anunciou o governante esta quarta-feira, 11 de outubro de 2023, no ato da entrega de géneros alimentícios, constituídos por arroz fortificado, ervilhas, óleo vegetal e lentilhas à Escola do Ensino Básico de Fanhe, no setor de Nhacra.

Braima Sanhá prometeu fazer “correções de injustiças” cometidas contra os professores nos últimos anos no país, assim como encetar contatos junto dos parceiros do setor educativo para o financiamento dos trabalhos de produção de manuais escolares para alunos e professores.

O governante mostrou-se disponível não só para trabalhar para que não haja sobressaltos no presente ano letivo2023/2024, mas também para reduzir paulatinamente as dívidas contraídas aos professores, a reclassificação, progressão na carreira e a formação contínua dos professores para melhorar os indicadores da educação no país.

“A falta de cultura de preparação está na origem das constantes crises políticas na Guiné-Bissau. Devemos todos trabalhar de mãos dadas para mudar o nosso sistema educativo” insistiu.

Dirigindo-se aos populares da tabanca de Fanhe, BraimaSanhá desafiou-os a deixarem as suas filhas irem à escola e que evitem dar às meninas em casamento (forçado)para não comprometer o futuro delas.

Por fim, o governo espera que a ONG internacional dos Estados Unidos da América (Catholic Relief Services- CRS) possa alargar o projeto do fornecimento de géneros alimentícios a todas as regiões do país.

Por sua vez, o Diretor Nacional da Catholic ReliefServices (CRS), Aruna Mané, explicou que o projeto apoiado pelo governo americano, através do departamento da agricultura, visa proporcionar refeições nutritivas quentes e diárias às crianças, contribuindo não só para o seu crescimento saudável, mas também para aumentar a permanência e o desempenho das crianças para concluir o ensino básico com qualidade, o reforço da capacidade pedagógica dos professores, fornecimento de materiais escolares complementares e a melhoria do rendimento econômico das famílias nas comunidades, através de atividades de microcrédito comunitário.

Aruna Mané informou que a CRS pretende distribuir cerca de 700 toneladas de géneros alimentícios a 350 escolas [pré-escolar e ensino básico] das regiões do país, nomeadamente Cacheu, Oio, Bafatá, Gabu e Quinara, para este trimestre (outubro, novembro e dezembro), para mais de 120 mil beneficiários.

Segundo Aruna Mané, o projeto Melhoria Rendimento Escolar e Económico das Comunidades Educativas na Guiné-Bissau (MeREECE) já formou 1682 professores e 350 administradores escolares em matemática, português e gestão escolar, assim como 1420 líderes comunitários e gestores escolares em boas práticas de preparação e armazenamento de géneros alimentícios e 420 grupos de poupança.

Em representação da Frente Comum dos sindicatos dos professores, Sene Djassi, Presidente da FRENAPROFE, apelou ao ministro da educação nacional, Braima Sanhá, a trabalhar para a uniformização dos conteúdos lecionados nas escolas públicas, produção de manuais escolares para professores e alunos, assim como aposta na criação de jardins de infância não só em Bissau, mas também no interior do país para permitir que as crianças tenham base e consequentemente o sucesso escolar.

Por: Tiago Seide
Foto: TS
Conosaba/odemocratagb

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