O espaço de concertação das organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau insurgiu-se esta terça-feira, 05 de setembro de 2023, contra as nomeações feitas pelo governo, concernentes à exclusão, à representatividade e à participação das mulheres na governação do país.
A indignação da organização foi tornada pública em conferência de imprensa, através de um comunicado lido na voz de Isabel Almeida, porta-voz da organização.
No âmbito do processo de acompanhamento antes, durante e depois das eleições legislativas, realizadas a 04 de junho de 2023, as organizações da sociedade civil têm desenvolvido ações de lobby e de advocacia junto dos partidos políticos, das coligações e do governo relativamente à participação das mulheres nas esferas de tomada de decisão, o que “não foi tido em conta na formação deste novo governo”.
Nesta perspetiva, o espaço de concertação das organizações da sociedade civil interpela “firmemente” o governo no sentido de reverter a tendência de masculinização dos cargos diretivos na administração pública, dando primazia à igualdade de género na nomeação de novos dirigentes.
O espaço alertou o governo que a consolidação da paz, da democracia e o estado de direito democrático, bem como o desenvolvimento sustentável do país, dependem, em grande medida, do compromisso coletivo com a igualdade de gênero.
Perante este facto, o vice-presidente do Movimento da Sociedade Civil, Bubar Turé, desafiou o executivo liderado por Geraldo Martins a cumprir as suas promessas.
“Estamos cá a interpelá-los e a fazê-los lembrar que têm que cumprir o acordo, porque os acordos são para serem cumpridos, não para enfeitar ou engavetar e dizer-lhes que a questão da igualdade de género não é um privilégio, nem um favor para as mulheres, mas sim, uma questão dos direitos humanos”, defendeu.
O encontro realizado esta terça-feira na casa dos direitos visa manifestar a preocupação do espaço sobre a exclusão das mulheres dos cargos diretivos na administração pública.
In Rádio Popular
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