A Coligação da Juventude dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (CJP) realiza uma conferência regional que reúne dezenas de jovens das organizações políticas, juvenis e conta com a participação de jovens militares, com o intuito de proporcionar um espaço de diálogo amplo sobre os desafios comunitários, regionais e mundial para a paz e o desenvolvimento dos países membros.
O Democrata apurou junto da comissão organizadora que a conferência que se realiza em Bissau de 21 e 22 de setembro de 2023, insere-se no âmbito da celebração do dia mundial da paz, subordinado ao tema “Juventude dos PALOP face aos desafios comunitários, regionais e mundiais para o alcance da paz e desenvolvimento”.
A realização da conferência conta com o apoio do governo guineense através dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades e do ministério da Juventude, Cultura e Desportos, bem como do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Ainda de acordo com o documento a que a redação do Jornal O Democrata teve acesso, a CJP pretende com este evento, proporcionar igualmente um espaço de partilha e de discussões sobre os principais problemas que afetam o jovem da comunidade, com especial foco para as questões ligadas ao emprego jovem, as alterações climáticas, as migrações, os direitos humanos, paz, democracia e a governabilidade nos respetivos países.
Para além destas temáticas, serão também abordados durante dois dias da conferência, outros temas relacionados com os desafios do desenvolvimento dos países membros, numa lógica multidisciplinar e alinhados com as grandes agendas internacionais, nomeadamente a “Agenda 2063” da União Africana e “Agenda 2030” das Nações Unidas.
A conferência de Bissau contará com a presença do chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a quem será incumbido a responsabilidade de proferir uma mensagem e fazer uma palestra para os jovens. A comissão espera ainda contar com a presença do Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, como orador do tema: O papel da juventude dos PALOP no processo de desenvolvimento dos países membros face aos desafios regionais, continentais e mundiais, bem como o primeiro-ministro guineense, Geraldo João Martins, será um dos oradores do tema.
A antiga primeira-dama de Moçambique, Graça Machel, vai abordar o tema sobre, “Juventude face aos desafios da governabilidade da comunidade: democracia, direitos humanos e paz”. A jurista e antiga líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, também será uma das oradoras.
O ex-presidente da República de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, de acordo com o programa da comissão organizadora da conferência, vai encarregar-se do tema, “Papel da juventude face aos desafios das mudanças climáticas: problemática da preservação e conservação do meio ambiente”.
Contactado pela redação do Jornal O Democrata por telefone para falar sobre a iniciativa da realização desta conferência em Bissau, o coordenador geral da Coligação da Juventude dos Países Africanos de Língua Oficial Português, Seco Duarte Nhaga, explicou que a conferência é destinada à todos os jovens dos países membros daquela organização africana de língua portuguesa e que visa proporcionar um espaço de diálogo amplo entre os jovens e atores políticos dos estados membros como forma de criar um compromisso entre os jovens e às autoridades políticas e governativas para que, nos próximos anos, se possa ter a capacidade de medir os progressos verificados no setor da juventude no que concerne a criação de políticas públicas.
“A realização desta conferência é uma iniciativa que surgiu muito antes da realização da última conferência de Chefes de Estado e do Governo da CPLP, mas a cimeira da CPLP vem reforçar a necessidade da realização desta conferência, porque o próprio lema escolhido para aquela cimeira reflete justamente a preocupação dos Estados membros da CPLP para com a juventude. A recomendação final da cimeira tem como uma das preocupações a problemática da juventude: a questão do emprego, da juventude, das migrações e do ambiente. Como é que os jovens podem ser atores importantes neste processo de transformação política, económica e social dos nossos países”, notou.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb.
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