"Boa tarde a todos os presentes… o que eu possa-vos dizer neste momento: é o momento de grande orgulho, estou muito contente de poder estar convosco aqui hoje, juntos a conviver na harmonia! É verdade de que, passaram-se anos e anos… 30, 40, 10 e 5 anos, sem podermo-nos ver fisicamente, faz parte do destino, a própria situação da vida obriga-nos a sair da nossa própria terra a procura de melhores condições de vida.", disse o Eng. Aladje Sonco, o antigo craque dos Diabos de Banculém
"O que eu possa-vos contar acerca da história do nosso querido bairro, para quem não conhece e não sabe, a palavra "Banculém" advém do dialeto Mandinga, que significa a arreia vermelha ou a terra vermelha. Pelo facto de Banculém ser um lugar bastante vermelha, se pessoa estiver vestida de branca, obrigatoriamente, tem que se acautelar, porque senão a roupa manchará de nódoa vermelha para sempre."
"Com a chegada dos portugueses a Bissau, o nosso Bairro, Banculém passou a ser chamado Bairro Calequir! Banculém, Rossio e Bairro de Pefine não estavam separados, estavam coladinhos, mas como os portugueses tinham necessidade de construir uma estrada, o que me parece, que algumas pessoas não sabem disso, a estrada foi construída desde: rotunda da 2.ª. Esquadra até ao quartel-general "QG", assim sendo, a nova estrada dividiu o Banculém no meio, uma parte ficou Bairro de Calequir e a outra parte ficou Bairro de Pefine, dizem que tudo era Banculém!"
"Antigamente, Banculém era cemitério de Reino NDjaka, para quem não sabe, os papéis é que vinham para la sepultar os mortos, também o Banculém era caraterizado por 5 Poilão (O poilão é a árvore sagrada da Guiné-Bissau. É na sombra destas árvores que os guineenses realizam rituais e cerimónias de tradições locais) onde os grandes pássaros vinham pôr os seus ovos."
"Banculém é de gente muito inteligente, pessoas com muita coragem e com muita valentia, pessoas que realmente amam-se. Hoje estamos aqui, juntos e reunidos, isso de facto, dá sinal de que, estamos unidos, porque sem a unidade não estaríamos aqui para este grande reencontro de convívio de fraternização! Eu sei que, somos muitos na diáspora, nem todos podem estar aqui hoje connosco, com certeza que haverá mais encontros."
"Em antes de terminar gostaria de enaltecer que, o nosso Bairro sempre teve grandes intelectuais e grandes jogadores de bola, que jogavam muito bem e deixaram o legado no futebol guineense, como, por exemplo. Beto Algovas, José Canas, Aliu Queta, Papa Seco, Zé Furé, o falecido Banana, o falecido Teotónio e muitos outros que não me lembro os nomes. O meu muito obrigado a todos os presentes", Eng. Aladje Sonco finalizou agradecendo a todos os presentes
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