O Presidente do Partido da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, considerou “inaceitável”o facto de ter sido impedido de ter acesso à sede do seu partido, sita nas imediações do palácio da República, centro da cidade.
Domingos Simões Pereira afirmou que a responsabilidade de representar a aspiração do povo fê-lo não escolher a violência, “mas se a violência vier a ser a única forma de fazer valer o nosso direito e a nossa liberdade, que seja”.
“E que seja a última vez o que aconteceu hoje, porque não podemos continuar a permitir isso, que o nosso direito e a nossa liberdade sejam postas em causa. Adiante vamos ter culpa perante o nosso povo. É uma exaltação e ao mesmo tempo a convocação nacional no sentido de nos respeitarem, porque isso é uma provocação e vamos chamar o povo a resgatar a nossa convicção”, advertiu.
O líder do PAIGC, que regressava a Bissau, na tarde desta terça-feira, 16 de maio de 2023, proveniente do exterior, fez o seu percurso normal, da retunda do aeroporto internacional Osvaldo Vieira até à Chapa de Bissau.
Na Chapa de Bissau, Simões Pereira, os dirigentes e os militantes do partido que o acompanhavam em direção à sede nacional no centro da cidade deram de frente com uma barreira policial.
As forças policiais bloquearam o acesso na Chapa de Bissau, em QG e no império a todas as vias que dão acesso às imediações da Presidência da República também foram fechadas, o que levou alguns militantes a envolverem-se em confrontos com as forças da ordem pública.
Na sua residência, o presidente do PAIGC lembrou que a Guiné-Bissau é conhecida pela tradição de respeitar os princípios democráticos e que isso tem acontecido desde o dia 13, dia do início da campanha até ao seu regresso.
Denunciou que os materiais de propaganda eleitoral do Partido foram apreendidos em São Domingos, junto à fronteira com o Senegal.
“Mas as autoridades deixam passar materiais eleitorais de outros partidos . Esperamos que seja autorizada a entrada dos nossos materiais, conforme orienta a lei, caso contrário, vamos mobilizar o povo para ir buscá-los.
“Acreditamos que ainda estamos a tempo, alguém terá que reconsiderar a sua posição nesse caso específico, que envolve o PAIGC e as outras formações políticas da plataforma inclusiva PAI-Terra Ranka .
“Não queremos enfrentar mais barreiras e burocracias, mas se for preciso enfrentá-las-emos”, vincou Simões Pereira, para quem as eleições são convocadas, mas quem concorre são os partidos políticos, razão pela qual os titulares dos órgãos de soberania não têm nada a ver com as legislativas, apenas ” são árbitros para baixar ânimos, caso seja registado algo estranho.
“O PAIGC aceitou e respeitou todas as normas, vimos vários líderes entrarem no país com materiais mobilizados para os seus trabalhos. Hoje, à entrada do líder do PAIGC foi tudo ao contrário”, criticou, lembrando que o ambiente que deveria ter sido de exaltação democrática e de convívio democrático, foi transformado num incidente de confrontação, envolvendo militantes e forças policiais.
“E como se não bastasse, bloquearam-nos todas as vias de acesso à nossa sede”, concluiu.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: Marcelo Na Ritche
Conosaba/odemocratagb
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