[Campanha eleitoral] O presidente da Resistência da Guiné-Bissau (RGB), Fernando Mendes, advertiu esta sexta-feira, 19 de maio de 2023, que se constata mais exibição de meios na campanha eleitoral para as legislativas de junho do que de ideias para a construção do país.
Para Fernando Mendes, se essa situação não for invertida, a Guiné-Bissau vai continuar a deparar-se com dificuldades imensas o dia a dia da população.
O líder da Resistência da Guiné-Bissau fez essa observação em entrevista exclusiva ao semanário O Democrata sobre o programa eleitoral da Resistência da Guiné-Bissau para as legislativas de 04 de junho do ano em curso.
Pediu aos eleitores guineenses a observarem bem os políticos e os programas que propõe executar, caso sejam vencedores do escrutínio, afirmando que o povo não deve aceitar que as pessoas que não têm preparação e “maculadas” se apresentem perante o eleitorado guineense com meios e serem merecedores da confiança para assumir o país.
Sobre programa eleitoral, Fernando Mendes disse que a RGB é uma formação política propulsora da democracia na Guiné-Bissau, por isso estabeleceu como prioridade o homem, razão pela qual todo o seu programa assenta-se em torno da pessoa humana, o que passa pela melhoria das condições de vida da população, desenvolvimento de políticas setoriais, nomeadamente: economia e desenvolvimento de infraestruturas, agricultura, pecuária, pescas, florestas, reservas naturais, ambiente e caça, comércio, indústria, energia, turismo, artesanato, educação, cultura, tecnologia, juventude e desporto, justiça, saúde, assuntos sociais, habitação e emprego, reforma administrativa, poder local e trabalho, defesa aos antigos combatentes e reinserção social, plano do desenvolvimento territorial, promoção da mulher e família, política internacional, comunicação social, consolidação da democracia e autarquias.
Fernando Mendes lembrou que, após as duas legislaturas, de 1994 e 1999, das quais RGB fazia parte, destacou-se como um partido capaz de protagonizar mudanças que o país precisava e precisa e “nunca mais a Guiné-Bissau teve um parlamento tão produtivo”.
“O parlamento tem duas funções, a primeira função é produzir leis e a segunda é fiscalizar a ação governativa, mas para que isso aconteça “é preciso que os eleitores façam uma boa escolha no dia 04 de junho”.
“Não é realista para nós da RGB apelar aos guineenses para dar maioria absoluta a uma formação política, porque essa maioria traz outros problemas como abuso de poder. Os valores encontram-se em diferentes partidos políticos, de maneira que não é realista pedir voto aos guineenses, dando a maioria absoluta ao nosso partido no escrutínio de junho. Queremos ter uma presença significativa no próximo parlamento e no governo como garantia de produtividade, por isso durante a campanha eleitoral erguemos dois dedos juntos que significam dois compromissos que temos com o povo guineense, nomeadamente: a democracia que simboliza o poder de povo e o é desenvolvimento”, sublinhou.
Mendes informou que a RGB vai concorrer apenas em 23 círculos eleitorais no universo de 29 que o país dispõe.
Questionado sobre a queda que se regista no processo de comercialização da castanha de cajú, Fernando Mendes admitiu que não obstante várias iniciativas do governo no qual consentiu perdas avultadas de receitas que o levou às negociações com alguns parceiros económicos como o Fundo Monetário e Banco Mundial no sentido de poder viabilizar a campanha de cajú, essa campanha tem nuvens da crise mundial que abala o mundo inteiro e a Guiné-Bissau não ficou fora deste contexto, mesmo assim o executivo está a fazer esforços para inverter a situação.
“Neste momento começa a entrada dos camiões de cajú na capital guineense, o que mostra que a castanha está a ser comprada, não ao ritmo que deveria ter sido, mas já está a ser comprada com a ação do governo”, afirmou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
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