terça-feira, 30 de maio de 2023

FMI prevê aprovar 2.ª avaliação e desembolso financeiro à Guiné-Bissau em agosto

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê aprovar no final de agosto a segunda avaliação do programa de apoio à Guiné-Bissau, com desembolso de 3,16 milhões de dólares (cerca de 2,95 milhões de euros), anunciou hoje a instituição.

"A missão chegou -- ao nível do corpo técnico - a um acordo com as autoridades sobre as políticas económicas e financeiras capazes de suportar a aprovação da 2.ª avaliação do programa pelo Conselho de Administração do FMI, em sessão tentativamente prevista para final de agosto de 2023", revelou em comunicado.

O chefe de missão para a Guiné-Bissau, Jose Gijon, recordou que após a conclusão desta apreciação, a Guiné-Bissau terá acesso a mais 3,16 milhões de dólares, o que faria subir o apoio financeiro total desembolsado pelo FMI, ao abrigo do programa em vigor, para cerca de 9,48 milhões de dólares (cerca de 8,84 milhões de euros).
A missão para a Guiné-Bissau realizou reuniões em maio de 2023, virtuais entre 17 e 22 e em Bissau de 23 até hoje, para discutir a segunda avaliação do mecanismo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF) inicialmente aprovado em 30 de janeiro de 2023, num montante total de cerca de 38 milhões de dólares.

O resultado foi "satisfatório", como adiantou a Lusa na segunda-feira, com base em declarações, em Bissau, do chefe da missão, com destaque para as reformas estruturais, onde foram satisfeitos todos os "indicadores de referência" da segunda avaliação e um da terçeira e quarta avaliações.

No global, foram satisfeitos cinco dos oito critérios quantitativos de desempenho, notou a missão, referindo que para assegurar a sustentabilidade da dívida e das finanças públicas, será essencial aumentar a receita interna e conter a massa salarial, assim como outras despesas correntes e transferências, tendo sido estes os três critérios não cumpridos.

O FMI assinalou que o crescimento económico da Guiné-Bissau estimado para 2022 moderou-se para 4,2% e, com a subida nos preços das matérias-primas associada à guerra na Ucrânia, nomeadamente géneros alimentícios e combustível, a inflação média subiu para 7,9% e contribuiu para alargar o défice da conta-corrente.

O apoio financeiro da comunidade internacional, mediante donativos e empréstimos concessionais, continua a ser "crucial" para o sucesso da implementação do programa apoiado pelo FMI, sublinhou a instituição no comunicado divulgado hoje.

Conosaba/Lusa



COMUNICADO COMPLETO DA MISSÃO TÉCNICA DO FMI, NO ÂMBITO DA SEGUNDA AVALIAÇÃO, DEPOIS DE RESTABELECER O PROGRAMA FINANCEIRO COM A GUINÉ-BISSAU.




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