A comunidade de Bissu-Naga, setor de Bissorã, região de Oio, beneficiou de uma escola de Ensino Básico Unificado construída de raiz, contando com dois pavilhões e seis salas de aula.
A construção da nova infraestrutura, inaugurada ontem, dia 30 de janeiro, contou com a grande contribuição do engenheiro Martinho Arrozeira, filho daquela localidade, e o apoio da Associação de Antigos Combatentes Portugueses, bem como a Fundação João XXIII, que participaram com equipamento escolar como carteiras, quadros e material didático.
A referida escola tinha sido construída pelas tropas coloniais e designada de Companhia Caçador 2465, em maio de 1969, mas depois da independência foi-lhe retirada as telhas e abandonada em ruínas pela Administração guineense
O ato inaugural contou com a assinatura de protocolo de acordo de comparticipação entre a Delegacia Regional da Educação de Oio com as duas organizações que intervêm naquela localidade: Associação dos Filhos, Descendentes e Amigos de Bissu-Naga (ASFIDESA-BN) e a Cooperativa Escolar São José. Visa reforçar os poderes de atividades de comparticipação dessas estruturas nas escolas comunitárias de Secção de Binar, Setor de Bissorã.
A cerimónia contou com a presença de representantes da Fundação João XXIII, Associação de Antigos Combatentes Portugueses, Associação de Mulheres, Ação Solidária Guiné-Bissau-França e comunidade em geral.
Na ocasião, o subdiretor da escola, agora batizada com o nome de Escola Engenheiro Martinho Arrozeira, a todos quanto contribuíram de forma direta e indireta para tornar o sonho da comunidade numa realidade. “Hoje somos professores e a nossa comunidade pode contar com uma escola em condições dignas do nome e com a capacidade para funcionar desde nível de jardim até ao décimo segundo ano de escolaridade e, consequentemente, servir ainda de um futuro centro de formação juvenil”, declarou Félix Inácio Daniel.
Daniel disse esperar que a iniciativa de Bissu-Naga venha a ser modelo para as outras comunidades neste processo de criação de condições para que haja uma escola e um ensino de qualidade para toda a população guineense.
O presidente de ASFIDESA-BN, Martinho Arrozeira N´Tanhá apelou os filhos de Bissu-Naga no sentido de envidar o esforço em prol daquela localidade. Agradeceu pelo apoio prestado para a edificação da escola, apesar de todas as dificuldades
Segundo N’tanhá, disse estar muito satisfeito se encontrasse 25 anos os alunos dentro das salas de aulas, não 40, porque o aproveitamento será zero, e exortou aos professores a serem mais rigoroso com os seus educandos.
Por sua vez, o diretor executivo da Cooperativa Escolar São José, Raul Daniel da Silva, disse que isto demonstra que se queremos a escola de verdade, não é em Portugal, Bissau ou Marrocos, onde estivermos podemos aprender,
Raul Dainel pediu aos filhos de Naga de Baixo, Tchocudul, Humbé (tabancas arredores) para se mobilizar na construção de residências para os professores, e a trabalhar para a obtenção de um centro de formação superior profissional. Aproveitou para solicitar à Fundação João XXIII um transporte escolares, para facilitar as crianças que residem longe desta escola .
O patrocinador da escola e antigo oficial português, Luís Ranger, lembrou que em 2018 estava em Bissu-Naga, onde falou com a população, sendo que a partir dai surgiu a ideia de apoiar a equipar esse estabelecimento de ensino.
Adelina Pereira de Barros
Conosaba/jornalnopintcha
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