sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Utentes saúdam iniciativa de reabilitar mercado do Bairro Militar


A Câmara Municipal de Bissau (CMB) projeta reabilitar o principal mercado do Bairro Militar, uma iniciativa saudada pelos utentes que apelam à aceleração do processo para a concretização da intenção anunciada pelo presidente da edilidade.

Segundo apurou a reportagem de Nô Pintcha, a ação visa melhorar as condições do mercado local, através da realização e melhoramento do pavilhão do edifício principal, construção de cacifos, balcões e canais de esgoto para a evacuação das águas residuais.

A iniciativa da Câmara, à semelhança a do mercado de Caracol, mereceu a saudação dos utentes e citadinos do bairro que aguardam com muita expetativa a materialização do projeto que irá, e de que maneira, contribuir para a melhoria de condições de higiene e saneamento do mercado, assim como aumento da segurança em vários níveis.

Aliás, isso mesmo confirmou o presidente da Associação dos Utentes do Mercado de Bairro Militar (AUME-BM), Abubacar Martins Sambú, em conversa com o repórter do Nô Pintcha.

Martins disse que a iniciativa vai ao encontro da preocupação e desejo da sua organização de ver melhorada as condições operacionais do mercado, para garantir um funcionamento adequado do mesmo e proporcionar aos utentes um espaço mais condigno e saudável.

O presidente de AUME-BM congratulou-se com a intenção do ministro da Administração Territorial, transmitido pelo presidente da Câmara Municipal de Bissau, sobre o plano de melhoramento de condições do mercado local, dizendo que é dever do Estado retribuir ao povo aquilo que contribui para o Estado, como é caso dos comerciantes que pagam as suas contribuições.

Disse que este é o primeiro passo importante da intervenção do Estado para melhoria parcial do mercado e espera que no futuro seja feita ação de maior escala, que venha abranger a totalidade do mercado, a fim de responder às demandas atuais.

Situação dos ocupantes durante as obras

Questionado sobre como serão tratados os ocupantes durante a execução das obras, Abubacar Martins disse que a sua organização está a diligenciar com os moradores de arredor do mercado para permitir os utentes que venham ser obrigados a desocupar os seus lugares para poderem instalar-se nas varandas e continuar as suas atividades. Aliás, disse que foi o mesmo que fizeram durante o período da quarentena e espera uma colaboração saudável destes na receção aos “djilas” nas suas habitações.

Essa diligência é extensiva também aos anciões do bairro, organizações comunitárias e junta de moradores, para encontrar uma solução, no sentido de evitar prejuízos aos comerciantes que serão obrigados a desocupar temporariamente os seus lugares no decurso das obras.

O presidente fala na probabilidade de construção do mercado com fundos da associação, contando sobretudo com a contribuição dos membros, através de pagamento de joias e quotas e o eventual apoio de parceiros. Lembrou que antes da intervenção da CMB a AUME-BM, com fundos próprios, construiu casa de banho de raiz, reabilitou a outra, construída desde anos 80, canalizou água no mercado e confecionou oito portões.

Quanto ao espaço do mercado, visto como pequeno para responder às necessidades atuais dos utentes com o crescimento populacional do bairro, o presidente de AUME-BM disse que parece ser pequeno, mas não é. Pois, a planta que têm para a construção do futuro mercado de dois pisos no mesmo espaço poderá albergar todos os utentes e mais outros interessados.

Segurança

Quanto à segurança, Abubacar Martins Sambú disse que dantes sofriam muitos roubos e assaltos, mas atualmente esta situação já não se verifica. A AUME-BM conseguiu, através do Ministério do Interior, colocar corpo de segurança, composto de 16 elementos, no mercado, garantindo assim a segurança de pessoas e bens.

De acordo com Abubacar Sambú, a associação assegura com meios próprios as refeições diárias, renda e paga mensalmente um subsídio de 110.000 francos CFA para a manutenção dos agentes da ordem, e disponibilizou um espaço dentro do mercado para o funcionamento do posto policial que está a fazer grande trabalho não só de segurança como também garantir a ordem e dirimir conflitos entre os utentes.

Esse posto policial avançado garante também segurança até zonas de Bará e Psack onde, em casos de situação de roubo ou conflitos, os habitantes recorrem àquela força de segurança.

Riscos de trânsito

O mercado está situado nas duas margens da principal avenida do Bairro Militar, com grande circulação de viaturas, motorizadas, peões e ladeado ainda de centro de saúde, mesquita e escola, o que aumenta ainda os riscos, além de os vendedores ocuparem todos os passeios da avenida, o que é altamente perigoso.

Sobre essa situação, o presidente da AUME-BM afirmou que a sua associação tentou junto dos Serviços de Viação e Transportes Terrestres para a colocação de passadeiras junto do mercado, mas sem sucesso.

Porém, disse que com meios próprios a associação confecionou duas placas de trânsito que proíbem o estacionamento de viaturas ao longo do recinto do mercado, tudo com o propósito de reduzir os riscos de acidentes, tendo em conta a aglomeração de pessoas neste sítio.

As mulheres

A reportagem do Nô Pintcha recolheu também a impressão das mulheres utentes do mercado sobre a iniciativa da Câmara Municipal de Bissau.

Edneusa Banjaque, responsável da comissão feminina e Sidónia João Monteiro, adjunta secretária da mesma, regozijaram com a intenção da Câmara Municipal de Bissau e pedem que o processo seja acelerado e que surgiu num momento oportuno, tendo em conta as condições infraestruturais do mercado que durante a época da chuva dificultam os utentes.

“Recebemos esta notícia com enorme satisfação, pelo que agradecemos ao presidente da CMB que, durante a visita que efetuou ao mercado, nos transmitiu essa intenção que para nós é bem-vinda”, concluíram.

Djuldé Djaló
Conosaba/jornalnopintcha

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