A ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Suzi Barbosa, afirmou hoje que uma das grandes prioridades de cooperação entre a Guiné-Bissau e a União Europeia é o acordo de pescas.
“A nossa grande prioridade neste momento com a União Europeia é o acordo das pescas, mas no sentido de termos finalmente a acreditação para exportarmos o nosso pescado para a União Europeia. Temos já um laboratório, queremos continuar o processo, de forma a poder credenciar o nosso pescado e que seja exportado para a Europa”, afirmou a chefe da diplomacia guineense.
Suzi Barbosa falava aos jornalistas após um encontro com a diretora-geral do Serviço Europeu de Ação Externa, a embaixadora Rita Laranjinha, que se encontra em Bissau em visita bilateral e participar na 14.ª reunião dos ordenadores nacionais para o Fundo Europeu de Desenvolvimento dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e de Timor-Leste, que se realiza na quinta-feira.
“Isso vai permitir não só um aumento das receitas ao nível da nossa economia, mas permitir a melhoria de vida das populações. Vai permitir criar mais postos de trabalho, vai permitir mais trabalho para as vendedoras de peixe. Tudo isso vai ativar a nossa economia e ter impacto direto na melhoria das condições de vida da população”, salientou a chefe da diplomacia.
A Guiné-Bissau tem o terceiro maior acordo de pesca com a União Europeia, depois de Marrocos e da Mauritânia.
O último acordo assinado entre a Guiné-Bissau e a União Europeia, para o período entre 2019-2024, autoriza 50 navios europeus a pescarem nas águas guineenses.
Em contrapartida, a União Europeia dá uma compensação financeira anual à Guiné-Bissau de 15,6 milhões de euros.
A chefe da diplomacia guineense destacou que, além das pescas, os outros setores principais de cooperação com a União Europeia são nas áreas da saúde, educação, agricultura e infraestruturas.
Suzi Barbosa salientou também que será assinado brevemente o programa indicativo nacional com a União Europeia, que não existia “há alguns anos” e que isso é “prova” de que há estabilidade na Guiné-Bissau, “porque a União Europeia por regra não faz a assinatura do programa com países que não têm estabilidade”.
“Isso leva-nos a entender que estamos no bom caminho”, afirmou.
Ainda sobre o encontro com a embaixadora Rita Laranjinha, a ministra dos Negócios Estrangeiros guineense disse que falaram sobre a situação política sub-regional, nomeadamente a situação no Mali e na Guiné-Conacri e o “papel que a Guiné-Bissau tem tido na mediação daqueles conflitos”.
“A Guiné-Bissau deixou de ser um ponto na agenda da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para passar a ser um dos países mediadores das crises da sub-região. A Guiné-Bissau demonstrou que deixou de ser um país com instabilidade”, afirmou.
Conosaba/By Impala News / Lusa
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