O ministro das Finanças da Guiné-Bissau, João Fadiá, afirmou hoje que o aumento dos preços dos produtos alimentares não está a acontecer devido a "políticas económicas menos adequadas no país" e que a inflação "é importada".
"Esta inflação não é gerada por políticas económicas menos adequadas no país. Esta inflação é uma inflação importada devido à problemática do covid-19", disse, quando questionado sobre os aumentos de preços dos bens alimentares registado nos últimos meses na Guiné-Bissau.
Segundo o ministro, os indicadores até finais de setembro mostram que a inflação média na Guiné-Bissau é de 2,8% e que "ainda está dentro dos parâmetros da União Económica e Monetária da África Ocidental, que é no máximo 3%".
O que está a acontecer, segundo o ministro, é que houve um aumento a nível internacional do preço dos produtos, nomeadamente 22% nos cereais, 73% nos óleos e 40% nos açúcares.
"Este é o nível dos preços internacionais dos produtos. A Guiné-Bissau é um importador de todos estes itens e tem impacto", afirmou João Fadiá, salientando que também houve um aumento dos preços dos transportes, incluindo dos contentores.
João Fadiá recordou que em 2020, com o início da pandemia, o Governo subsidiou 50 mil toneladas de arroz e 30 mil toneladas de açúcar, que "permitiu manter os preços dentro dos parâmetros praticados até então".
"Se perguntarem se vamos continuar a fazer isso. Tudo dependerá, temos o programa com o FMI, temos objetivos de receitas, temos contenção de despesas", disse.
O ministro das Finanças sublinhou que é "importante" que a Guiné-Bissau salvaguarde o Programa Monitorizado pelo Corpo Técnico do Fundo Monetário Internacional, cuja segunda avaliação teve hoje início, para que em 2022 possa acordar um programa financeiro.
O Programa Monitorizado pelo Corpo Técnico visa reduzir os grandes desequilíbrios macroeconómicos intensificados pelo impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus, reforçar a governação e a rede de apoio social, para um desenvolvimento mais inclusivo.
O programa financeiro "trará por arrasto outros parceiros que queiram apoiar a Guiné-Bissau, porque a partir daí sabem que há um programa gerido por práticas internacionais aceitáveis", acrescentou.
Conosaba/Lusa
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