O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse que a dissolução do parlamento continua em cima da mesa, quando questionado sobre o assunto.
Umaro Sissoco Embaló vai reunir-se nesta quinta-feira, em audições separadas, com o presidente do parlamento guineense, Cipriano Cassamá, e com os partidos com representação parlamentar.
O Presidente convocou igualmente para quinta-feira o Conselho de Estado.
"Convoquei, tenho de falar com as pessoas, não sou um homem prepotente, sou um democrata, vim de uma sociedade hierarquizada", disse Sissoco Embaló, referindo-se ao facto de ter vindo das Forças Armadas.
O chefe de Estado falava aos jornalistas no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, no final da visita do Presidente da República do Congo .
"Eu é que sei o que é crise, não são deputados", acrescentou Umaro Sissoco Embaló, que tem criticado a atuação de alguns deputados no parlamento guineense, considerando que abandonar é crise.
Segundo a Constituição da Guiné-Bissau, a dissolução do parlamento é uma das competências do chefe de Estado desde que haja uma grave crise institucional.
Os partidos políticos com representação parlamentar no país reagiram de forma cautelosa, com alguns a recusarem comentar e outros a salientarem que o Presidente tem essa competência, mas que não há uma crise institucional.
O presidente do Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, Fodé Caramba Sanhá, disse a semana passada que não há nenhum sinal de crise que possa justificar a queda do parlamento guineense.
O parlamento da Guiné-Bissau aprovou ontem o Orçamento do Estado para 2021, mas sem a presença da maior parte dos deputados do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), com exceção de cinco deputados que já tinham votado a favor do programa de Governo de Nuno Nabiam, de quatro deputados da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau e do deputado da União para a Mudança.
"Temos de viver em paz, harmonia e respeito mútuo", afirmou Sissoco Embaló.
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