sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

EMIGRANTE OU POLÍTICO...

Em relação à participação da diáspora nas eleições guineense, reforçando o que já tinha escrito sobre o assunto e, tendo em conta o histórico das nossas lideranças políticas, “cozinhadas” e financiadas desde fora e impingidas ao povo que, intencionalmente vai sendo mantido no obscurantismo, para essencialmente defender a agenda dos seus financiadores no território guineense, sou da opinião que aos candidatos a altos lugares de representação do Estado, como é o caso da Presidência da República e a chefia do governo, devem ser exigidos residência fiscal permanente na Guiné-Bissau no último mandato presidencial ou legislatura, conforme a candidatura e, ainda, acrescento que, para assumir os cargos de nomeação política, como são os casos da Presidência da ANP, Ministros, Secretários de Estado e Diretores Gerais nos serviços públicos, aos candidatos a nomeação deve ser exigido a renúncia de uma segunda nacionalidade, caso a tenham e obrigatoriedade de declaração do património no exterior...
Chega de cometer crimes económicos ou de sangue na Guiné-Bissau e depois fugir para o país de acolhimento com título de nacional desse país e a devida proteção pelos lobbies que os financiam...
Quem quiser fazer política na Guiné-Bissau que se assume como guineense, para o bem e para o mal e assuma as consequências dos seus actos cometidos durante o desempenho de cargos políticos... O resto é “fait divers” de quem acha que a Guiné-Bissau é a terra deles, apenas para ir “catar” algum que lhe permite ter vida tranquila no estrangeiro! É dessa forma que não se empenham em construir hospitais nem escolas na Guiné-Bissau, porque têm facilidade de tratamento fora do país e deixam os filhos a estudar no estrangeiro...
Essa é apenas uma das principais razões pela qual nunca aceitei fazer política na Guiné-Bissau, porque entendo que é um acto de se colocar ao serviço do povo e tem de ser exercido no terreno, junto do povo e nas mesmas condições que o povo...
Jorge Herbert

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