Praia, 16 dez 2020 (Lusa) - O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje a abertura em janeiro da primeira embaixada do país na Guiné-Bissau, para servir 40.000 cabo-verdianos e descendentes que residem naquele país.
O anúncio foi feito pelo chefe do Governo na abertura do debate mensal no parlamento, subordinado ao tema “diáspora e desenvolvimento”, em que Ulisses Correia e Silva fez um balanço das políticas governativas para a comunidade emigrante na atual legislatura, que termina no primeiro trimestre de 2021, com a prevista realização de eleições legislativas.
“A partir do mês de janeiro do próximo ano teremos seguramente a abertura e o funcionamento da primeira embaixada de Cabo Verde na Guiné-Bissau, depois de 45 anos de independência, para servir mais de 40.000 cabo-verdianos e descendentes”, anunciou Ulisses Correia e Silva.
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, anunciou para o início de 2021 uma visita oficial à Guiné-Bissau, ainda sem data confirmada, durante a qual tem sido apontada a possibilidade de abertura da representação diplomática cabo-verdiana.
Segundo informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Cabo Verde conta com embaixadas na Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, China, Cuba, Senegal, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, Luxemburgo e Portugal, e consulados-gerais em Roterdão (Países Baixos), Boston (Estados Unidos) e São Tomé e Príncipe, além de vários cônsules honorários.
Durante a intervenção no parlamento, no arranque de três dias de sessão parlamentar, a última de 2020, Ulisses Correia e Silva destacou os investimentos na rede diplomática e consular de Cabo Verde, apontando como exemplo o tempo de espera de sete a oito meses para emissão de passaporte fora do país, em 2017, que passou para o atual prazo médio de 15 dias.
Anunciou ainda o alargamento da rede de cônsules honorários “brevemente” para o Canadá, México e Bolívia, e que as embaixadas vão passar a ter adidos culturais e económicos, para “apoiar” as comunidades.
Cabo Verde conta com cerca de 600 mil habitantes, mas estima-se que vivam na diáspora mais de um milhão de cabo-verdianos, após, recordou Ulisses Correia e Silva, mais de um século de emigração, e que, destacou, sofrem atualmente os efeitos económicos e sanitários da pandemia de covid-19 nos países onde residem.
Para o chefe do Governo, essa comunidade emigrante “contribuiu para a notoriedade e afirmação de Cabo Verde no mundo e para a economia do país”.
Em Portugal, recordou que residem 260 mil cabo-verdianos de primeira e de segunda geração, destacando as alterações legislativas introduzidas pelo Governo de Lisboa após a cimeira Cabo Verde – Portugal, em fevereiro de 2017, que permitiram reforçar a integração local daquela comunidade.
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