A Confederação dos Estudantes da Guiné-Bissau (Conaeguib) manifestou hoje preocupação com o número de alunos que está a faltar às aulas para cumprirem os rituais de iniciação, o fanado.
As escolas públicas na Guiné-Bissau estiveram paralisadas devido à greve dos professores, que terminou na segunda-feira, tendo as aulas sido retomadas terça-feira.
O presidente da Conaeguib, Fidélis Cá, disse que cerca de 60% dos alunos não comparecem nas salas de aulas por se encontrarem no fanado nas matas "por todo país".
As escolas da região de Biombo, no nordeste do país, são as que registam menor número de alunos, pois a maior parte foi ao fanado, indicou o presidente da Conaeguib, que defendeu uma "articulação séria" entre os chefes tradicionais e o ministério da Educação.
Fidélis Cá exortou as duas partes para encontrarem um calendário que permita a realização do fanado fora do calendário escolar.
O fanado é um processo de iniciação dos jovens na vida social adulta, que inclui rituais como a circuncisão ou a excisão e a transmissão de conhecimentos.
O dirigente estudantil guineense também está preocupado com o número de dias letivos que restam, tendo apelado ao Ministério da Educação para as aulas não terminarem no final de junho, conforme previsto.
Dos 180 dias letivos previstos, apenas foram cumpridos 70, devido à greve dos professores.
"Queremos um reajuste do calendário escolar para poder colmatar as aulas perdidas", precisou Fidélis Cá.
Conosaba/Lusa
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