Parece ser trivial ações antidemocrata na Guiné-Bissau, desde a privação da liberdade de expressão, sensura da impresa, até a violência física que parece-me ser mais comum naquele país entre outras ações que se opõem aos princípios da democracia. O exercício de muitos dos direitos políticos e civis tem sido causador de prejuísos a quem o exerce. Estamos numa democracia ou ditadura?
De acordo com o artigo 3º da constituição da República da Guiné-Bissau, este é um estado de democracia constitucionalmente instituída, fundada na unidade nacional e na efectiva participação popular no desempenho, controle e direção das atividades públicas, e orientada para a construção de uma sociedade livre e justa, mas Os marcantes acontecimentos que considero antidemocrata, como por exemplo, o espancamento e a morte de muitos atores políticos e sociais em exercícios dos seus direitos políticos e cívicos, leva a crer que, a Guiné-Bissau é um país totalmente democrático teoricamente, mas o que se vive na pratica é totalmente contrário.
O espacamento na madrugada de dia 13 de Abril, do músico, jurista guineense e porta-voz do movimento “cidadãos consciente”, Lesmes Monteiro, merece ser repudiado desde que, ato como este viola o artigo 37º da nossa constituição. Honestamente, a mim não importa quem deve ou deixa de ser o ator deste crime, pode ser um ator político ou social e até uma estrategia política. Mas, nem o Lesmes Monteiro, assim como qualquer outro cidadão deve ser tirado o direito de manifestar publicamente as suas ideias e crenças.
Se por um lado, o emergir de alguns movimentos sociais após a queda do governo de Domingos Simões Pereira na Guiné-Bissau, são vistas como uma ameaça que pode agravar ainda mais os prolemas políticos que o país vem enfrentando ao longo dos anos, do outro lado estes movimentos são vistas como os que lutam em defesa da democracia. E, há pessoas que como eu, acreditam que o surgimento desses movimentos pode contribuir para a fortificação da nossa democracia, apartando as supostas alegações de que os membros desses movimentos estão a receber algum tipo de benefício em troca das suas ações.
É comumente escutar dos guineenses a expressão do tipo “speransa i ultimo kuta muri, ou seja, a esperança é a última coisa a morrer numa pessoa”. De acordo com Boaventura de Sousa Santos na sua obra “ A difícil democracia: Reinventar as esquerdas”, a maior maldição pelo qual pode ser afetada um povo, é esperar sem esperança, que é por sua vez construída através do inconformismo, rebeldia competente e reais alternativas a situação presente. As sociedades são guiadas por duas relevantes emoções mentais, o medo e a esperança. O primeiro é dominante quando o que se espera no futuro é negativa e a segunda quando o que no futuro se espera é positiva, ou quando o inconformismo que resulta da suposta espectativa negativa do futuro é fortemente compartilhada (SOUSA, 2016). Vamos viver com medo ou com a esperança?
Se a todos os cidadãos é garantido o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento por qualquer meio ao seu dispor, bem como o direito de informar, de se informar e ser informado, sem impedimento nem descriminação de acordo com o artigo 51º da nossa constituíção, porque as pessoas são intimidadas e espancadas em razão do exercício deses direitos?
Prezado(a) leitor(a), para fechar este piqueno ensaio, da qual aproveitei para partilhar um pouco a minha opinião sobre alguns acontecimentos que se tem vivenciado na Guiné-Bissau, quero dizer que, não sou militante e nem simpatizante de nehum dos movimentos que surgiram no país nos últimos meses, tendo em consideração os meus ideais político, ou seja, a militância ou a simpatia com a causa de nenhum dos movimentos não é o motivo de eu achar benéfico o emergir dos mesmos, porém, a relevante contribuição dos mesmos para uma sociedade cívil forte, justifica a minha crença. E, partindo da ideia de que, o papel de um cidadão vai além de eleger um representante fortifica ainda mais a minha crença.
Que bem haja a todos que acreditam numa Guiné melhor num futuro próximo!
Ginésio Justino Gomes de Sá
Graduando em Administração pública na UNILAB-Ceará-Brasil
Presidente de Associação dos Estudantes Guineenses na Unilab
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