Dr. Fernando Vaz
Bissau, 23 fev (Lusa) - O Ministério do Turismo da Guiné-Bissau está a averiguar o incidente com dois portugueses que esperaram nove horas por socorro, na noite de sábado para domingo, num barco imobilizado no mar, disse hoje à Lusa o ministro da tutela.
"Pedi logo ao Inspetor-Geral de Turismo que abrisse uma averiguação sobre os acontecimentos com os dois portugueses", referiu Fernando Vaz, que aguarda pelo "parecer final".
O governante realçou que existe "um balcão na zona das chegadas do Aeroporto Internacional de Bissau em que as pessoas se devem aconselhar" para contratarem transportes adequados.
"Se fossem aconselhadas por nós, não iriam num barco com essa tipologia" em que viajaram os dois portugueses, referiu, numa alusão ao facto de não ter rádio para comunicações, nem coletes salva-vidas.
Sara Santos, uma das viajantes, disse à Lusa no domingo que ela e o parceiro de viagem alugaram o barco com base em recomendações disponibilizadas a turistas na capital.
Os dois portugueses queixaram-se da reposta tardia aos pedidos de ajuda feitos através de telemóvel, quando a embarcação em que seguiam com três tripulantes deixou de funcionar entre as ilhas ao largo de Bissau, onde ficaram entre as 18:00 de sábado e 03:00 de domingo.
Fernando Vaz reconheceu fragilidades, mas realçou que este foi "um caso isolado", com uma embarcação que não faz parte do conjunto de meios operados pelos hotéis das ilhas Bijagós, os quais "estão devidamente equipados".
"Todas as unidades hoteleiras [das ilhas] têm os barcos equipados com rádio, GPS e coletes salva-vidas suficientes consoante a lotação dos barcos" e as unidades fazem o seguimento das embarcações.
O ministro disse que confia nos meios dos hotéis, tal como diz acontecer com um número crescente de operadores turísticos e visitantes, compensando "uma fragilidade muito grande em termos de cobertura e apoios da capitania".
No último fim-de-semana, "o barco [de socorro] da capitania estava avariado e acionou-se um barco do IBAP [Instituto do Ambiente], com o qual há uma parceria, caso contrário seria catastrófico. Mas felizmente que se resolveu bem o problema", sublinhou.
"Estamos a pensar no futuro identificar com um símbolo os barcos que serão certificados para transportarem turistas", acrescentou.
O sistema ainda não funciona porque "carece de legislação, em consonância com o Ministério da dos Transportes".
De acordo com Fernando Vaz, entram na Guiné-Bissau cerca de 40 mil turistas por ano e há um trabalho em curso para colmatar as fragilidades que ainda são visíveis.
"Recebemos turistas diariamente", realçou, dando como exemplo a chegada, no domingo, "do primeiro-ministro do Congo com uma delegação de cerca de 20 pessoas para ir aos Bijagós".
"E vamos de barco, mas com todas as condições", concluiu.
Conosaba/Lusa
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